Após 71 anos, descoberta reabre investigação do maior mistério da Austrália

    Em 1º de dezembro de 1948 o corpo de um homem foi encontrado na praia de Somerton, na Austrália. O caso virou manchete na época, mas a identidade desse homem ou o motivo pelo qual ele morreu nunca foram descobertos pela polícia local. Hoje, o mistério do “Homem de Somerton”, como passou a ser chamado, é o maior crime não solucionado da Austrália.

    Porém, agora em 2019, a história voltou a chamar atenção. Isso porque foi autorizado que o corpo do “Homem de Somerton” seja exumado. Isso quer dizer que, mesmo décadas depois da morte, as autoridades retirarão os restos mortais para continuar a investigação do mistério.

    Segundo informações do portal britânico The Mirror, o caso foi reaberto após um pedido de Roma e Rachel Egan, que acreditam ter parentesco com o homem misterioso. Por causa disso, será realizado um teste de DNA na tentativa de descobrir quem é o “Homem de Somerton“.

    Entenda o mistério do “Homem de Somerton”

    O corpo do homem não identificado foi encontrado sem vida às 06h30 em 1 de dezembro de 1948, na praia de Somerton em Adelaide, Austrália, por um grupo de jóqueis que estavam treinando no local.

    A cabeça do homem estava sobre as pedras e, de acordo com relatos, ele “parecia estar dormindo profundamente” e não havia ferimentos visíveis.

    No bolso, o homem tinha um cigarro, uma passagem de Adelaide para a praia de Henley, no sul da Austrália, uma passagem de ônibus, uma escova de cabelo, um maço de cigarros de marca britânica, metade de um pacote de chiclete e alguns fósforos.

    A polícia percebeu que todas as etiquetas de suas roupas foram removidas e ele não carregava nenhum documento de identificação.

    Os investigadores também não conseguiram identificá-lo pela arcada dentária, apesar de notarem que sua última refeição havia sido uma empanada da Cornualha, um tipo de pastel assado típico do Reino Unido, e que ele provavelmente havia sido envenenado — porém, não através da empanada.

    Em 4 de janeiro de 1949, a equipe que trabalhava na estação de trem de Adelaide encontrou uma mala, na qual a etiqueta também fora removida, que estava nos achados e perdidos do local desde novembro do ano anterior. Dentro dela, havia artigos pessoais, como chinelos, um vestido, uma faca de manteiga que havia sido afiada, um pincel e um sobretudo.

    Em uma segunda inspeção, descobriram o nome Kean em um colete que também estava na mala e perceberam que os sapatos que o cadáver estava usando no dia em que foi encontrado estavam limpos. Então, era provável que mesmo com envenenamento, ele tenha sido limpo e colocado na praia com roupas diferentes das que usava na hora do crime.

    Também foi encontrado um pedaço de papel costurado dentro do bolso da calça do homem, no qual se lia “Tamam Shud”, que significa “finalizado” em persa. A frase havia sigo arrancada de um livro de poemas chamado Rubaiyat de Omar Khayyam.

    Ao encontrarem a obra, procuraram pela página que faltava e encontraram um número de telefone, um tipo de código e outro número não identificado. Esse código levou até Jessica Ellen Thomson, uma mulher que vivia em Glenelg , subúrbio próximo a Somerton.

    Em depoimento, a mulher disse que um homem que não conhecia já havia tentado visitá-la e perguntou sobre ela para um vizinho. Anos depois da morte de Jessica, a filha dela, Kate, disse à mídia local que acredita que a mãe conhecia o homem misterioso.

    A nora de Jessica, Roma Egan, acredita que a sogra e o homem misterioso tenham tido filhos. Foram ela e a suposta neta do “Homem de Somerton”, Rachel Egan, que pediram a exumação do corpo para descobrir se há ou não parentesco entre eles e, talvez, resolver o mistério.

    Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras

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