Trinta países europeus concordaram nesta terça-feira (30) em reabrir suas fronteiras para residentes da China, Canadá, Uruguai e de outras 12 nações, sob pressão para salvar uma lucrativa temporada turística lucrativa pela pandemia de coronavírus.
“O Conselho da União Europeia (UE) adotou hoje uma recomendação sobre o levantamento de restrições temporárias a viagens não essenciais” a partir de 1º de julho, anunciou a instituição em um comunicado.
A decisão será aplicada a China, Japão, Tailândia, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Austrália, Argélia, Marrocos, Tunísia, Ruanda, Geórgia, Montenegro, Sérvia e Canadá, além do Uruguai, o único país latino-americano da lista.
Os europeus disseram que a reabertura será aplicada a turistas da China “sujeitos à confirmação de reciprocidade”. As autoridades chinesas autorizam a entrada de residentes apenas em um número limitado de países europeus.
A lista, feita especialmente com base em critérios epidemiológicos, que serão atualizados a cada duas semanas, deixa de fora os cidadãos dos Estados Unidos e da Rússia que – junto com a China – são os principais grupos de turistas da UE.
Os Estados Unidos são o país mais atingido pela pandemia, com mais de 126.000 mortes por 2.600.000 infecções, seguidos pelo Brasil (58.300 mortes de 1.360.000 casos).
Para elaborar sua lista, os europeus examinam a situação da covid-19 em países terceiros, que deve ser semelhante ou melhor ao quadro europeu, bem como a tendência de surtos, ou a resposta geral à pandemia.
O acordo é uma “recomendação” não vinculante para os países da UE e para os países associados ao espaço Schengen de livre-circulação – Noruega, Islândia, Liechtenstein e Suíça – responsáveis por implementar a decisão na íntegra, ou não.
Restrições não se aplicam aos cidadãos do Reino Unido, um país que deixou a UE em 31 de janeiro, nem, de acordo com a recomendação adotada nesta terça-feira, aos dos pequenos Estados europeus de Mônaco, Andorra, Vaticano e São Marinho.
Médicos, refugiados, estudantes
A adoção da lista foi possível ao fim de uma série de árduas discussões, devido às implicações diplomáticas e econômicas, em um contexto em que o setor de turismo europeu, duramente atingido pelo confinamento, pressiona para reativar as viagens.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) já alertou que países onde o turismo é essencial para suas economias, como Espanha e Grécia, sofrem mais com a pandemia.
Esta instituição prevê uma contração de 10,2% do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro em 2020.
Os países mais dependentes do turismo queriam abrir fronteiras fechadas desde março, o mais rápido possível, mas com alguma coordenação. A Grécia, por exemplo, permite estadas turísticas da Nova Zelândia, da Coreia do Sul, ou da China, a partir de 15 de junho.
“Um Estado-membro não deve decidir suspender as restrições de viagem para países terceiros não incluídos na lista, antes que isso seja decidido de maneira coordenada”, alertou o Conselho da UE após a decisão.
Cidadãos europeus procedentes de países, para os quais os residentes não podem viajar, podem entrar no bloco, assim como profissionais de saúde, diplomatas, pessoas que buscam proteção, ou que estão indo estudar.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras