Exército anuncia toque de recolher pelo quarto dia em Santiago por protestos

    As Forças Armadas a cargo da segurança em Santiago decretaram nesta terça-feira (22) toque de recolher pelo quarto dia consecutivo, em meio ao “estado de emergência” decretado pelo governo para conter os violentos protestos que já somam 15 mortos.

    “A Direção de Defesa Nacional da Região Metropolitana informa à cidadania que na terça-feira, 22 de outubro, haverá Toque de Recolher das 20h00 (mesma hora em Brasília) às 05h00 de quarta-feira, 23 de outubro”, informou o Exército em sua conta no Twitter.

    Milhares de chilenos voltaram às ruas nesta terça-feira para protestar no quinto dia de manifestações que começaram na semana passada pelo aumento da tarifa do metrô e que se estendeu a outras demandas sociais.

    Desde o meio-dia, milhares de jovens se dirigiram à Praça Itália, no centro da cidade. Os estudantes se deslocaram pela Alameda, avenida principal da capital chilena, para chegar a esta emblemática área de Santiago, onde jovens pulavam e cantavam reforçando suas demandas sociais.

    Com cânticos como “Oh, oh, oh, o Chile acordou, o Chile acordou” e ao ritmo de panelaços, os jovens passaram em frente ao Palácio de La Moneda, sede da Presidência, quando líderes de alguns partidos políticos, inclusive da oposição, se reuniam com o presidente, Sebastián Piñera, em busca de um acordo social que permita acabar com os protestos.

    A vigilância militar foi mantida, embora as manifestações em geral demonstrassem um tom pacífico.

    Na Praça Ñuñoa, bairro de classe média, foi organizada uma festa com a chegada de jovens de várias universidades, que realizaram uma apresentação de ginástica, com execução de saltos e piruetas, apesar de na noite passada ter sido registrado um incidente com Carabineros (policiais), que agrediram alguns manifestantes quando começava o toque de recolher.

    Outro grupo reuniu-se no parque Araucano, no luxuoso bairro Las Condes, zona leste da capital, para se manifestar também em meio à crise social que o país vive.

    Na cidade turística de Valparaíso, onde fica a sede do Parlamento, trabalhadores da saúde também se reuniram para se manifestar.

    Os protestos no Chile eclodiram na sexta-feira, quando se anunciou um aumento no preço da passagem do metrô, mas muito rapidamente as manifestações provocaram uma violenta ebulição social que denuncia a desigualdade, as baixas pensões e o difícil acesso à educação e à saúde.

    Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras

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