A inclusão no mercado de trabalho é a principal urgência da população negra no Brasil. É o que mostra uma pesquisa divulgada pelo Google, que ouviu 1.225 pessoas autodeclaradas pretas ou pardas no país.
Segundo o estudo, feito pelo Datafolha a pedido também da consultoria Mindset-WGSN, 46% delas enxergam a necessidade de maior abertura de portas no mercado de trabalho.
A urgência do ingresso da população negra no mercado de trabalho também é reflexo dos números do desemprego no país. A última pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (a Pnad Contínua), divulgada no fim de outubro deste ano, aponta que a taxa de desemprego no país ficou estável, sem reduções, com 11,8% e 12,5% de desempregados. O índice é o mesmo registrado nos três meses anteriores.
Para a população negra, porém, o número é mais preocupante: segundo a pesquisa, pretos e pardos representavam 65% dos desempregados no Brasil nos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2018.
De acordo com os entrevistados, a segunda pauta mais urgente para a população negra é a discussão sobre racismo estrutural e institucional, com 44% de necessidade. O tema é 1,7 vez mais importante para jovens que têm entre 16 e 24 anos no que para quem tem mais de 60 anos.
Além de mapear as principais urgências da população negra brasileira, o estudo levantou aspectos sobre a autodeclaracao de cor. Os resultados são diferentes de acordo com a definição utilizada: 46% se diz negra e 54% parda; no entanto, quando usa-se a palavra preta, o número cai para 31% de autodeclarados pretos e sobe para 69% de autodeclarados pardos.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras