A época de comprar fichas e cartões para fazer uma ligação telefônica ficou perdida pelo tempo.
Os telefones públicos, conhecidos como orelhões, foram escolhidos como opção para quem não tinha como pagar por uma linha telefônica, e hoje estão abandonados em várias cidades do país.
Muitas pessoas já enfrentaram filas para realizar uma ligação para um parente, ou mesmo receber a ligação de alguém. Há também quem marcou muitos encontros pelos orelhões do país.
Com as metas, os orelhões de telefonia pública foram instalados em praticamente cada esquina das principais capitais. Nos demais lugares, seguiu um cronograma de instalações que levava em conta o número de habitantes da região. Hoje, com a chegada dos modernos celulares e pela aparente falta de interesse dos brasileiros, os orelhões estão com os dias contados.
A equipe de reportagem do Amazônia sem Fronteiras esteve em vários pontos da cidade de Manaus, registrando o abandono dos orelhões (fotos). Desde dezembro do ano passado, mais de meio milhão de aparelhos foram desligados no país pelas concessionárias de telefonia, Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o número de orelhões caiu de 810,117 mil no fim do ano passado para 336,862 mil em fevereiro.
A Anatel publicou decreto, em 20 de dezembro do ano passado, atualizando as obrigações das operadoras de telefonia. Pelas novas normas, os orelhões, que há 30 anos eram essenciais para boa parte da população, não são mais um investimento obrigatório das concessionárias. Em vez de manter os telefones públicos, as empresas terão de canalizar recursos para levar comunicação 4G a 1.400 áreas carentes de cobertura móvel, por um período de quatro anos. Enquanto isso, sucatas estão espalhadas em várias cidades do Brasil.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras