Na semana passada, presidente dos Estados Unidos impôs um tarifaço a diversos países, incluindo a China. Em resposta, Pequim anunciou retaliação e Trump dobrou a aposta com mais ameaça de tarifas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dobrou a aposta após a China retaliar as tarifas impostas ao país no dia dois abril, quarta-feira da semana passada — ainda na sexta (4), Pequim anunciou 34% sobre produtos dos EUA. Em resposta nesta segunda-feira (7), Trump ameaçou aumentar as tarifas sobre a China em mais 50% se o país não recuar — o que elevaria para 104% a taxação total em relação aos produtos que entram nos EUA vindos da China.
Apesar do alarde do republicano, uma questão ficou no ar, na esteira de de uma entrevista que Kevin Hassett, chefe do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, deu uma ao canal Fox News e que causou um sobe e desce nos mercados, após ser questionado sobre a possibilidade dessa pausa nas tarifas.
Para Daniel Souza, comentarista da GloboNews e professor de Economia do Ibmec, a hipótese do blefe, apesar de certa fragilidade, ainda existe.
“Esse anúncio, ou essa declaração do assessor do Trump nessa segunda-feira, fortaleceu a hipótese do blefe”, disse ele em entrevista à Natuza Nery no episódio desta terça-feira (8), do podcast O Assunto.
Além da entrevista, a forma como Trump anunciou as tarifas, sem parecer ter muito estudo, abre ainda mais brecha para a possibilidade de um blefe.
“Quer dizer, será que o Trump não está querendo simplesmente trazer os países para negociação? Ele suspende as tarifas por 90 dias, conversa pelo menos com os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, daqui a 90 dias ele pode suspender por mais 90”, avalia Daniel.
“E seria Donald Trump voltando um pouco mais à programação normal, ou seja, alguém que tensiona, tensiona, tensiona, tensiona com o objetivo de conseguir acordos melhores para os seus objetivos particulares”, complementa.
Texto e foto: G1