Hora da Misericórdia: Vaticano fecha caixão de Francisco as 15h (de Brasília), hora da morte de Jesus; Entenda simbologia

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    Coincidência chamou atenção entre fiéis brasileiros, que conhecem as 15h como a Hora da Misericórdia

    A cerimônia de fechamento do caixão do papa Francisco acontece nesta sexta-feira (25), na Basílica de São Pedro, presidida pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, camerlengo da Santa Igreja Romana. Embora o rito aconteça às 20h do horário local, uma coincidência na cerimônia chamou atenção entre fiéis brasileiros. 

    No horário de Brasília, o caixão do papa Francisco será fechado às 15h. Segundo relatos bíblicos, o período é conhecido na Igreja Católica como a Hora da Misericórdia, o momento em que Jesus morreu na cruz.

    Em Marcos 15:33-34, a Bíblia descreve o momento em que Jesus percebe que seu fim está próximo.

    “E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona. E, à hora nona, Jesus exclamou com grande voz: Eloi, Eloi, lama sabachthani? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”

    O que é a Hora da Misericórdia?

    A hora nona corresponde às 3 horas da tarde. De acordo com a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora Mãe da Misericórdia, a hora da morte de Jesus, às três da tarde, é um momento de devoção privilegiado.

    “Nessa hora, nos colocamos em espírito sob a cruz de Cristo para suplicar misericórdia para nós e para o mundo pelos méritos de Sua Paixão. Cabe esclarecer aqui que não se trata de 1 hora completa (60 minutos), mas do momento da agonia de Jesus na cruz, ou seja, da oração das três horas da tarde”, explica a página oficial da congregação.

    De acordo com os Evangelhos, Jesus foi levado à morte em uma Sexta-Feira Santa e ressuscitou no terceiro dia — hoje celebrado como Domingo de Páscoa e que em 2025 cai no dia 20 de abril.

    O Padre Sérgio de Almeida Gonçalves, da Paróquia Santa Luzia em Manaus, explica que a Hora da Misericórdia faz parte de elementos da vida diária que a população cristã pode colocar em prática em sua rotina.

    “É uma proposta que os fieis podem praticar essa devoção, às 15 horas, um momento de adoração. Se pode também rezar o o Santo Rosário ou O Santo Terço da Misericórdia. É mais específico, mas repetindo os algumas frases e palavras relacionadas à morte de Jesus.”

    De acordo com o Padre José Roberto Abreu de Mattos, a prática também pode servir como uma indicação de bem-estar: “Além de nos aproximarmos da realidade divina, nos deixa mais serenos e mais próximos da ação próprio Cristo Jesus”, diz o Pároco da Basílica Menor de Sant’Ana.

    “Essa prática nos leva à realidade da misericórdia que Jesus nos pede. Muitos católicos em todo mundo têm essa reverência às 15h porque Jesus morre na cruz a esta hora e ele nos faz esse convite a exercermos essa mesma realidade.”

    A tradição, no entanto, foi amplamente conhecida graças a Faustina Kowalska, uma santa polonesa que difundiu o momento de devoção à Divina Misericórdia. É o que explica Padre Sérgio de Almeida Gonçalves.

    “Santa Faustina colocou alguns elementos a mais, que o Papa São João Paulo II tratou de confirmar aqueles desejos que ela escreveu no seu diário”, diz. “Ela propôs alguns elementos que fazem com que a gente reflita também, de uma santa mais atual, sobre algo que já está dentro da tradição católica.”

    Texto e foto: Reprodução G1 Mundo

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