Uma das grandes tendências de 2019 é a “carne vegetal”: hambúrgueres e almôndegas feitos de soja, ervilha ou beterraba, mas que tentam imitar o gosto e a consistência da carne. Mas essa “inovação” pode ficar absoleta em breve: já há startups que se dedicam a fazer carne de laboratório.
O peixe também já vem sendo trabalhado, como é o caso da americana Finless Foods, criada por dois doutores em bioquímica com a ambição de fazer sushi e sashimi a partir das células de espécies raras, como o atum-rabilho (blue fin tuna, em inglês) cujo quilo já chegou a valer US$ 10,8 mil em um leilão no japão.
A dupla se inspirou em técnicas da indústria farmacêutica para isolar células. A técnica pode garantir consumo de peixe, ainda que as taxas de pesca não acompanhem a demanda.
EM 2021, HAMBÚRGUER SINTÉTICO CUSTARÁ US$ 10
A Finless Foods não está sozinha no movimento que busca trocar pastos e pesqueiros pelo laboratório: hoje. Há pelo menos uma dezena de startups em busca de fórmulas capazes de fazer células produzirem carne animal. Todas elas lidam com dois desafios: além de conseguir fazer um bife capaz de sangrar na frigideira, com o gosto característico da carne, elas precisam reduzir custos para tornar essa ideia acessível.
Há uma razão para as primeiras apostas serem feitas com hambúrgueres.: por serem feitos com carne moída, eles tem apelo comercial e, por sua aparência, também permitem que se escondam alguns “defeitos de fabricação” sem gerar uma experiência ruim para o consumidor.
Mas há mais vindo aí: quem sonha com um X-Bacon que não demande a morte de nenhum bicho pode começar a fazer planos: um time de cientistas da Universidade de Bath, na Inglaterra, já trabalha em um bacon de laboratório. As lanchonetes mal podem esperar.
A ‘’corrida’ pela carne de laboratório envolve hoje uma dezena de startups e a disputa se dá no sabor e no preço dentro do mercado de negócios.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras