O ator e ativista ambiental Leonardo DiCaprio criticou, nesta quinta-feira, o garimpo em terras indígenas no Brasil. Ele compartilhou em suas redes sociais uma imagem de um protesto dos povos Yanomami e Ye’kwana que escreveram, com seus corpos, a frase “Fora Garimpo”.
“Apesar de as leis brasileiras considerarem ilegal a mineração nas terras indígenas Yanomami, milhares de garimpeiros entraram recentemente no Parque Yanomami, uma das maiores reservas indígenas do Brasil, espalhando malária e contaminando rios com mercúrio”, escreveu DiCaprio junto à foto.
O ator lembra ainda que houve corte no orçamento de fiscalização do Ibama na Amazônia neste ano, “deixando as áreas protegidas vulneráveis à exploração”.
A imagem compartilhada por DiCaprio foi redistribuída no início da semana pelo Instituto Socioambiental, organização que luta pelos direitos indígenas, depois de ter sido divulgada inicialmente em 26 de novembro. Segundo o ISA, em novembro, durante fórum de lideranças indígenas, realizado na comunidade Watoriki, na Terra Indígena Yanomami (RR), os Yanomami e os Ye’kwana denunciaram a invasão de seu território por 20 mil garimpeiros.
De acordo com a ONG, foram relatados no evento “graves impactos da extração mineral em suas terras”. As denúncias foram compiladas em uma carta entregue às autoridades. A organização lembrou também um estudo da Fiocruz feito em comunidade do Rio Uraricoera, na TI Yanomami, que revelou que mais 90% dos participantes da pesquisa apresentavam alto índice de contaminação por mercúrio. O estudo é de 2016.
“A última vez que houve uma invasão dessa escala foi na década de 1980, quando cerca de um quinto da população indígena morreu de violência, malária, desnutrição, envenenamento por mercúrio e outras causas”, escreveu ainda DiCaprio, citando dados divulgados pelo ISA. “Não queremos repetir essa história de massacre”, disse, reproduzindo trecho da carta das lideranças.
O presidente Jair Bolsonaro defende a liberação de mineração em terras indígenas e disse, desde as eleições, que não demarcaria “nenhum centímetro” a mais de terra para os povos indígenas.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras