Ataque com faca deixa 5 feridos durante festa judaica em Nova York

    Um homem esfaqueou e feriu cinco pessoas na casa de um rabino no norte de Nova York durante uma festa para celebrar o Hanukkah judaico na noite de sábado.

    As vítimas, todos judeus ortodoxos, foram levados para hospitais locais – dois em estado crítico, tuitou o Conselho de Assuntos Públicos Judaicos Ortodoxos (OJPAC).

    O suspeito foi preso, informou a polícia local de Ramapo em um comunicado no Facebook.

    O governador de Nova York, Andrew Cuomo, que se dirigiu à localidade do crime, definiu o ataque como “um ato de terrorismo”.

    “Este é um ato de terrorismo. Acho que são terroristas domésticos. Eles estão tentando infligir medo”, disse o Cuomo à imprensa.

    “Eles são motivados pelo ódio. Eles estão fazendo ataques em massa. Existem terroristas em nosso país cometendo terrorismo contra outros americanos, e é assim que devemos tratar isso”, afirmou ainda.

    Anteriormente, ele se declarou “horrorizado com o ato desprezível e covarde”, e anunciou que havia ordenado à Força Tarefa de crimes de ódio da Polícia Estadual que investigasse o caso.

    “Temos uma tolerância zero ao antissemitismo em Nova York e responsabilizaremos o agressor por toda a extensão da lei”, tuitou.

    A CBS New York informou que um homem com um facão entrou na propriedade do rabino em Monsey, estado de Nova York, uma área com uma grande população judaica, e feriu pelo menos três pessoas antes de fugir.

    “Eu rezei por minha vida”, contou Aron Kohn, 65 anos, ao New York Times, descrevendo a faca usada pelo agressor como “do tamanho de uma vassoura”.

    Antissemitismo 

    Cofundador do OJPAC para a região do Vale do Hudson, Yossi Gestetner disse ao New York Times que uma das vítimas era filho do rabino.

    “A casa tinha dezenas de pessoas”, disse Gestetner. “Era celebração do Hanukkah”, explicou.

    Em Israel, o presidente Reuven Rivlin expressou seu “choque e indignação” em relação ao ataque.

    “A ascensão do antissemitismo não é apenas um problema judaico, e certamente não é apenas o problema do Estado de Israel”, disse ele em comunicado.

    “Devemos trabalhar juntos para enfrentar esse mal, que está erguendo a cabeça novamente e é uma ameaça genuína em todo o mundo”.

    A polícia americana está enfrentando uma série de ataques contra alvos judeus nos últimos anos.

    Seis pessoas, incluindo dois suspeitos, foram mortas em um tiroteio em Jersey City em uma lanchonete kosher no início deste mês, o que, segundo as autoridades, é alimentada em parte pelo antissemitismo.

    Após o ataque de sábado, o prefeito Bill de Blasio tuitou que conversou com amigos judeus de longa data que temem mostrar sua fé publicamente.

    “Não permitiremos que isso se torne o novo normal”, escreveu ele.

    “Usaremos todas as ferramentas necessárias para impedir esses ataques de uma vez por todas”, concluiu.

    Na sexta-feira, ele já havia anunciado que o departamento de polícia de Nova York implantaria patrulhamento em três bairros e aumentaria sua presença perto dos locais de culto.

    De acordo com um relatório publicado em abril pela Liga Antidifamação (ADL), em 2018 houve quase tantos ataques antissemitas quanto em 2017, quando se bateu um recorde de 1.879 incidentes.

    Jonathan Greenblatt, diretor nacional da ADL, reclamou mais proteção para a comunidade judia.

    Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras

    - PUBLICIDADE -