Mais de 8,5 milhões de brasileiros já tiveram o WhatsApp clonado, segundo pesquisa

    Ao longo dos últimos anos, mais de 8,5 milhões de brasileiros já foram vítimas de clonagem do WhatsApp, segundo uma pesquisa realizada no ano passado pela PSafe, empresa especializada em segurança de celulares. Somente em 2019, foram registradas mais de 413 mil investidas para clonar o aplicativo de mensagens em todo o Brasil.

    Apenas em janeiro deste ano, estima-se que mais de 198 mil pessoas sofreram o golpe no país. São Paulo segue liderando a lista de estados mais afetados, com 41.200 vítimas, seguido por Rio de Janeiro, com 24.200, e Minas Gerais, com 15.900.

    Segundo o levantamento, o vazamento de conversas privadas é o principal prejuízo da clonagem, citado por 26,7% dos entrevistados, seguido do envio de links com tentativas de golpes para outros contatos (26,6%), pedido de dinheiro a amigos (18,2%), perda da conta no aplicativo (18,0%) e chantagem (10,5%).

    Os criminosos estão buscando formas de aperfeiçoar suas táticas, com o objetivo de maximizar seus lucros. Recentemente, a clonagem de WhatsApp passou a ser direcionada a pessoas famosas, como atores, youtubers e influenciadores, no chamado “golpe da festa”.

    – No golpe da festa, o criminoso pesquisa por eventos que terão a presença de pessoas famosas. Depois, se passando pelo organizador, o golpista entra em contato com a potencial vítima para solicitar uma suposta confirmação de identidade. Para realizar a confirmação, a pessoa precisa informar um código enviado ao seu celular. Contudo, o que a vítima não percebe é que este código se trata de um PIN de seis dígitos que libera acesso à sua conta do WhatsApp. Ao fornecê-lo, ela tem a sua conta no mensageiro bloqueada em seu celular e liberada no aparelho do atacante — explicou Emilio Simoni, diretor do dfndr lab, laboratório especializado em segurança digital.

    Passo a passo do golpe

    Emilio Simoni explica que a vítima pode ser induzida a fornecer um código de liberação para acesso remoto do WhatsApp nas mais diversas situações, ao solicitar um serviço ou pedir orçamento a uma empresa usando o aplicativo.

    — Para clonar uma conta de WhatsApp, o cibercriminoso cadastra indevidamente o número de telefone do usuário em outro dispositivo e, após esse processo, um SMS contendo um código de liberação de acesso é enviado ao celular da vítima. Depois, esta é induzida a fornecer esse código ao hacker e, em seguida, a sua conta de WhatsApp é bloqueada — relatou.

    Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras

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