Em pronunciamento oficial feito na tarde desta sexta-feira, o presidente da República, Jair Bolsonaro, comentou a saída de Sergio Moro do Ministério de Justiça e Segurança Pública – ocorrida após a decisão do presidente de exonerar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.
Em seu discurso, Bolsonaro voltou a afirmar que Maurício Valeixo quis deixar seu cargo, e disse que sua exoneração já estava acordada com Moro – mas apenas em novembro, depois que o indicasse para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente também afirmou que “nunca pediu para blindar ninguém da família” e comparou a facada sofrida durante sua campanha presidencial com o assassinato da vereadora Marielle Franco, criticando a investigação da Polícia Federal nos casos: “A PF se preocupou mais com a Marielle do que com o seu chefe supremo”, afirmou.
Durante o pronunciamento, Bolsonaro reforçou sua posição de vítima, relembrando, em diversos momentos, a facada sofrida em Juiz de Fora. “Eu estou lutando contra um sistema. Contra o establishment”, disse.
Bolsonaro começou o discurso relembrando a trajetória da relação entre os dois – chegando até a comentar que foi rejeitado por Moro na primeira tentativa de aproximação entre os dois, quando ainda era deputado federal. Ele disse, no entanto, que “não tem mágoas do Sr. Sergio Moro”.
Em seguida, Bolsonaro fez questão de ressaltar que o ex-juiz não participou de sua campanha, e que deu autonomia – mas não “soberania” – quando o convidou para assumir o cargo de ministro, acordando seu poder de veto na nomeação de cargos-chave. “No dia que eu tiver que me submeter a algum subordinado meu, eu deixo de ser presidente da República”.
“Meu compromisso é com o Brasil e com a democracia”, concluiu o presidente.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras