França, Espanha e Itália anunciaram, nesta quinta-feira (30), em primeiras estimativas, fortes baixas do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre: 5,8% no caso francês, com a economia em recessão, 5,2% no caso espanhol e 4,7% no terceiro país, consequências da pandemia do novo coronavírus.
O Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos (INSEE) atribuiu o resultado ao confinamento decretado pelo governo para combater o novo coronavírus.
A contração de 5,8% é a mais forte na série histórica de avaliações trimestrais do PIB, que começou em 1949.
Supera amplamente as contrações do primeiro trimestre de 2009 (-1,6%), provocada pela crise financeira de 2008, e do segundo trimestre de 1968 (-5,3%), consequência das greves e protestos de maio de 68, indicou o INSEE.
Após o retrocesso de 0,1% do PIB no último trimestre de 2019, este resultado confirma que a França está em recessão.
A queda da atividade “está principalmente relacionada com a paralisação das atividades não essenciais, no contexto da implementação do confinamento desde meados de março”, explica o INSEE em um comunicado.
O Banco da França previu no início de abril uma contração de 6% do PIB do país no primeiro trimestre.
O INSEE não publicou previsões para o conjunto de 2020, mas afirmou que cada mês de confinamento reduziria o crescimento francês em três pontos em ritmo anual e que a recuperação “vai demorar” após o confinamento, que deve ser flexibilizado a partir de maio.
O governo prevê uma queda do PIB de 8% para este ano.
Espanha
O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) da Espanha também atribuiu a queda de 5,2% no primeiro trimestre ao novo coronavírus. No quarto trimestre de 2019, o país cresceu 0,4%.
O INE destacou em um comunicado que a estimativa provisória pode passar por uma revisão “de una magnitude maior que a habitual” pela dificuldade de elaborar estatísticas precisas em meio ao rígido confinamento da população, em vigor desde 14 de março.
A Espanha registrou crescimento de 2% do PIB em 2019.
Mas o Banco da Espanha prevê para 2020 uma queda “sem precedentes na história recente”, com uma contração de entre 6,6% e 13,6% da quarta maior economia da Eurozona.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta uma contração de 8% da economia espanhola para este ano.
“Estamos diante de uma situação econômica e social gravíssima”, admitiu na quarta-feira o primeiro-ministro Pedro Sánchez, durante uma sessão no Congresso.
A taxa de desemprego, que já era elevada, subiu para 14,4% no primeiro trimestre e pode atingir 20,8% até o fim do ano, segundo o FMI.
A Espanha, um dos países mais afetados do mundo pela COVID-19, mantém desde 14 de março um rígido confinamento para conter os contágios, o que incluiu duas semanas de paralisação de todas as atividades econômicas não essenciais.
O confinamento será progressivamente flexibilizado nas próximas semanas.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras