O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, solicitou nesta segunda-feira, 25, ao mais alto tribunal do país que declare o partido Vontade Popular, do líder da oposição Juan Guaidó, como um grupo “criminoso com fins terroristas”, e, como consequência, que o dissolva.
O pedido ao Supremo Tribunal de Justiça foi tornado público por Saab, que mencionou que membros do Vontade Popular participam de atos violentos desde 2002 e, mais recentemente, financiaram uma incursão mercenária contra o território venezuelano.
Tanto o procurador-geral venezuelano quanto os membros do Supremo foram questionados pela oposição por seus laços com o Chavismo e por sua polêmica eleição, considerada fraudulenta.
Em 3 de maio, o governo do presidente Nicolás Maduro denunciou que um grupo de militares venezuelanos e dois americanos tentaram fazer uma incursão no país.
Com o “dinheiro roubado” pelo “movimento terrorista”, “financiaram uma incursão mercenária contra nosso território”, acrescentou o promotor sobre a operação que o governo também atribui aos Estados Unidos e Colômbia. A legislação venezuelana estabelece penas de até 30 anos por acusações de terrorismo.
Saab também responsabilizou o partido por “pressionar a AT&T (empresa de telecomunicações dos Estados Unidos) para remover a Directv da Venezuela” e solicitar ao governo de Donald Trump que impeça os navios-tanque iranianos de chegarem ao país levando gasolina e aditivos.
O partido Vontade Popular, cujos principais líderes estão no exílio ou sob a proteção de diferentes embaixadas, rejeitou as alegações de Saab em sua conta no Twitter. “Pretendem nos classificar como terroristas e organização criminosa, características que, na verdade, descrevem a ditadura, e não os partidos democráticos que enfrentamos”, escreveram eles.
Outras organizações políticas da oposição rejeitaram a medida. O partido Primeiro Justiça, um dos quatro maiores grupos que apoiam Guaidó, criticou no Twitter as tentativas de “criminalizar e classificar como organização terrorista o partido político, um aliado da luta”. (Com agências internacionais).
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras