A posse presidencial americana costuma ser um dia de festa. Centenas de milhares de americanos formam um mar de gente nos gramados do National Mall, em Washington, para assistir ao juramento do novo presidente. Mas neste ano a cena será diferente. Por medo de atos violentos, o entorno do Congresso americano está bloqueado por cercas, barreiras de concreto e forças policiais.
Doze homens da Guarda Nacional foram afastados ontem da operação de segurança para a cerimônia de posse, dois deles por possíveis ligações com grupos de extrema-direita, informou o Departamento de Defesa. O medo de um ataque possibilitado por algum extremista infiltrado nas forças de segurança fez a inteligência americana revisar as fichas dos soldados enviados à capital.
Entre os agentes afastados, dois postaram e enviaram mensagens de texto com opiniões extremistas sobre o evento. Duas autoridades americanas disseram à agência Associated Press que todos os 12 tinham laços com grupos de milícia de direita ou postaram opiniões extremistas online.
Duzentas mil bandeiras dos EUA foram colocadas no National Mall, para representar os americanos que não poderão assistir a Joe Biden e sua vice, Kamala Harris, prestarem o juramento em frente ao Congresso.
A equipe do democrata já buscava maneiras de evitar aglomerações na posse, em razão da pandemia de coronavírus que já matou quase 400 mil pessoas nos EUA. Mas a restrição absoluta de entrada no entorno do Mall foi tomada após a invasão do Capitólio por extremistas que apoiam Donald Trump e diante do risco de ataques ou protestos violentos.
Washington e diversas capitais americanas receberam membros da Guarda Nacional – mais de 25 mil foram deslocados para reforçar a segurança em Washington. No centro da capital, há mais soldados do que civis nas ruas. A cidade foi dividida em zonas. Capitólio, Casa Branca, Suprema Corte e toda a região dos monumentos estão na zona vermelha: onde o tráfego de veículos não é permitido até mesmo para moradores que vivem nas ruas bloqueadas. A passagem tem de ser feita a pé e, por vezes, após abordagem de um policial.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras