O Reino Unido anunciou nesta última terça-feira (2) um plano de ação que inclui testes em massa para tentar impedir que se espalhe pelo território britânico a variante do coronavírus 501Y.V2, encontrada primeiro na África do Sul.
Pesquisadores mapearam 16 regiões da Inglaterra onde a variante pode estar circulando. As pessoas que moram nessas áreas foram aconselhadas pelo governo a limitar ainda mais o período que passam fora de casa.
Como está em vigor um regime de lockdown em todo o país, a população só pode ir à rua para se exercitar e cumprir tarefas essenciais, como compras de mercado. Lojas, restaurantes, bares e escolas estão fechados e as pessoas devem trabalhar de casa, se puderem.
Agora, a orientação é que os moradores das regiões mais vulneráveis à presença da variante da África do Sul restrinjam ainda mais as atividades e pensem “duas vezes sobre suas ações”, segundo a secretária para universidades do Ministério da Educação, Michelle Donelan.
Para identificar as pessoas infectadas por essa variante, serão oferecidos testes em diversas ruas dos bairros mapeados. Unidades móveis de testes vão trafegar por oito áreas do país, e kits para que as pessoas façam a coleta em casa serão distribuídos.
O temor é que a variante da África do Sul, batizada de 501Y.V2, acelere a contaminação da população do Reino Unido num momento em que o país se esforça para vacinar o maior número de pessoas possível.
Juntamente com as novas linhagens encontradas em Kent, no Reino Unido (B.1.1.7), e em Manaus (P.1), a 501Y V2 é uma variante que gera preocupação por acumular uma série de mutações na proteína que permite a entrada do vírus na célula, a espícula.
Pesquisas indicam que essas alterações tornam o vírus mais contagioso. Além disso, estudos apontam que, por possuírem a mutação E484K, a variante da África do Sul e a do Brasil podem dificultar a ação de anticorpos de quem teve a doença uma primeira vez, aumentando as chances de reinfecção.
Mapeamento
Até agora, foram detectadas 11 pessoas que teriam adquirido a variante da África do Sul no próprio território britânico, na chamada transmissão comunitária. Isso indica que a variante está circulando pelo país.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras