Mais de 130 mortos em naufrágio na Tanzânia

    Foto: Divulgação
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    O presidente da Tanzânia, John Magufuli, decretou nesta sexta-feira quatro dias de luto nacional após o naufrágio na quinta de uma balsa no lago Victoria, o maior da África, que fez ao menos 131 mortos.

    O chefe de Estado lamentou o fato de a embarcação estar superlotada e ordenou a prisão dos operadores.

    A balsa MV Nyerere “tinha uma capacidade para 25 toneladas de mercadoria e 101 passageiros. Mas o número de passageiros a bordo ultrapassava claramente esse número”, lamentou o presidente em um discurso na televisão pública TBC One.

    Ele forneceu o número de 131 mortos, após um balanço anterior de 126 vítimas, e confirmou 40 sobreviventes.

    Magufuli assegurou que “havia, além das bagagens dos passageiros, sacos de milho, caixas de cerveja e refrigerante, bem como veículos”.

    MV Nyerere, explorado pela Agência de Serviços Elétricos e mecânicos, naufragou perto da ilha de Ukara, ao sul do lago.

    Várias testemunhas consultadas pela AFP por telefone relataram que quando a balsa se aproximava da ilha, os passageiros foram para a parte da frente da embarcação para se preparar para o desembarque. Este movimento teria desequilibrado o barco, que então virou.

    As operações de resgate foram suspensas durante a noite de quinta-feira e retomadas nesta sexta-feira.

    A causa do acidente não foi determinada até o momento, mas naufrágios deste tipo são frequentemente atribuídos à sobrecarga.

    Mas se as autoridades costumam fazer vista grossa para a segurança, o presidente quis mostrar firmeza neste caso.

    “Os responsáveis serão absolutamente punidos”, ressaltou. “Esta negligência nos custou muitas vidas humanas, de crianças, de mães, estudantes, idosos”. “Ordenei a prisão de todas as pessoas envolvidas na gestão da balsa. As prisões já começaram”, afirmou, garantindo que o governo vai custear as despesas funerárias das vítimas.

    “Não sei nada sobre meu pai e meu irmão mais novo, que estavam na balsa. Eles foram ao mercado de Bugorora para comprar uniformes do colégio e material escolar para o ano letivo”, afirmou Domina Maua, uma das pessoas que procuravam informações sobre parentes.

    Davita Ngenda, uma idosa de Ukara, recebeu a pior notícia possível.

    “Meu filho está entre os corpos recuperados”, declarou, sem conter as lágrimas. “Ele havia embarcado com a esposa, mas ela ainda não foi encontrada. Deus, o que eu fiz para merecer isto?”, questionou.

     

    Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras

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