A Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM) registrou mais 95 casos do novo coronavírus (Covid-19) no balanço divulgado nesta quinta-feira (09), totalizando 899 casos no Amazonas. Durante entrevista on-line, transmitida nas redes sociais do Governo do Estado, a diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary da Costa Pinto, reafirmou que a única forma de conter o avanço acelerado da doença é manter medidas de distanciamento social.
Do total de casos de Covid-19 no Amazonas, 800 são em Manaus e 99 no interior do estado, com maior número em Manacapuru (48), Itacoatiara (11), Iranduba (11), Santo Antônio do Içá (7), Parintins (6), São Paulo de Olivença (4), Tonantins (3), Careiro da Várzea (2) e Presidente Figueiredo (2). Cinco municípios têm um caso cada: Tabatinga, Novo Airão, Manicoré e Boca do Acre.
Atualmente, há 676 pessoas com diagnóstico positivo para Covid-19 que estão se recuperando em isolamento social. Do total de casos positivos do novo coronavírus, há 139 internados, sendo 76 em leitos clínicos e 63 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública (27) e da rede privada (36).
O balanço mostra que 44 pessoas já estão fora do período de transmissão da doença. Há 108 amostras, coletadas entre ontem e hoje, em processamento no Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM).
Síndromes respiratórias – De acordo com dados da FVS-AM, há ainda 105 pessoas internadas com síndromes respiratórias agudas graves (SRAGs), que estão em investigação para Covid-19. Desse total de internados com SRAGs, 27 estão em UTIs das redes pública (11) e privada (16). Rosemary Pinto voltou a afirmar que o Amazonas ainda está no período sazonal em que há maior incidência de SRAGs, que vai até maio, e reforçou a necessidade de isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus.
“Temos uma curva ascendente de casos e ainda não chegamos à segunda quinzena de abril e primeira de maio, que é quando estimamos o maior número de casos. O Ministério da Saúde recomenda que, em casos como Manaus, Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro, se tenha um isolamento social estrito, medidas mais rígidas para evitar aglomerações”, afirmou, ao recomendar a adoção de medidas de proteção.
“Recomendamos que cada pessoa tenha a sua máscara, feita em casa mesmo. Devemos deixar a máscara cirúrgica e a N95 para os profissionais de saúde. Vemos ainda muita gente andando desprotegida, circulando em vários locais”, frisou Rosemary Pinto.
UTI aérea – O secretário executivo adjunto do Interior da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), Cássio Roberto Espírito Santo, esclareceu que o Estado mantém a assistência também aos casos registrados no interior, e que o trabalho de remoções em UTI aérea continua, seguindo parâmetros definidos pelo complexo regulador da Susam.
Segundo ele, todos os dias, às 6h, o complexo regulador elenca as necessidades de remoção relatadas pelos sistemas municipais de saúde, analisando variáveis como gravidade dos casos e condições climáticas e logísticas para os voos. “Priorizamos casos mais graves e também de localidades mais distantes nesse planejamento de voo. Ontem mesmo trouxemos um paciente de Santo Antonio do Içá”, afirmou Cássio.
Mortes investigadas – Até ao meio dia desta quinta-feira, foram confirmadas mais dez mortes que estavam sendo investigadas pela FVS-AM. De 64 mortes investigadas, 40 foram confirmadas, 13 descartadas e 11 ainda estão em investigação.
Todos os dez pacientes cujas mortes foram confirmadas por Covid-19 estavam recebendo assistência médica. Desses, sete pessoas apresentavam histórico de comorbidades como hipertensão e cardiopatias.
Foram confirmadas as mortes de um homem de 73 anos e outro de 34 anos, sem histórico de comorbidade, que estavam sendo assistidos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Delphina Aziz. Ambos com quadro de insuficiência respiratória, não resistiram ao agravamento da doença e vieram a óbito ontem (08/04).
Um homem de 40 anos, também sem histórico de comorbidade relatado, morreu no último dia 6 de abril, após nove dias internado no Delphina Aziz, onde também recebeu toda a assistência, mas não resistiu ao agravamento da doença.
Comorbidades – A FVS-AM confirmou ainda, em Manaus, as mortes por Covid-19 de uma idosa de 64 anos, que tinha histórico de hipertensão, diabetes, insuficiência renal crônica e HIV; uma mulher de 56 anos, com histórico de diabetes; uma mulher de 75 anos, com diabetes e pneumopatia crônica; um homem de 95 anos, com diabetes e doença cardiovascular; e uma mulher de 79 anos, com cardiopatia e pneumopatia.
Outros dois óbitos investigados e confirmados como Covid-19 são de pacientes de Iranduba e Manicoré. Um homem de 62 anos, com histórico de hipertensão e proveniente de Iranduba, estava internado na UTI do Delhpina Aziz e não resistiu ao agravamento da doença. Um homem de 68, com diabetes, hipertensão arterial e insuficiência renal crônica, que morreu em Manicoré, no dia 5 de abril, na Unidade Mista de Saúde do município, teve o teste para Covid-19 também confirmado.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras