A Austrália registrou seu maior número diário de mortes relacionadas ao novo coronavírus em três meses nesta quinta-feira, e as infecções novas pela doença continuaram a aumentar no segundo Estado mais populoso do país.
O Estado de Vitória confirmou mais 403 infecções, e cinco pessoas morreram devido à covid-19 nas últimas 24 horas.
As mortes, entre elas um homem de cerca de 50 anos, assinalam o maior aumento diário de óbitos por covid-19 no país desde o final de abril.
“Isto demonstra o fardo crescente que este vírus terrível está impondo à nossa comunidade”, disse a ministra da Saúde, Jenny Mikakos, a repórteres na capital estadual, Melbourne.
Como as autoridades se mostram incapazes de fazer as infecções novas recuarem dos dígitos triplos, os moradores de Melbourne e da maior parte do Estado agora estão sendo obrigados a usar máscaras fora de casa.
Nacionalmente, a Austrália acumula cerca de 13 mil casos do novo coronavírus e 128 mortes.
O aumento de infecções novas surgiu depois que a nação começou a relaxar as medidas rígidas de confinamento impostas em meados de março.
Embora as regras de distanciamento social, que limitaram a circulação dos moradores e fecharam os negócios, tenham desacelerado a disseminação do novo coronavírus, o secretário do Tesouro australiano, Josh Frydenberg, disse que estas abalaram fortemente a economia.
O governo informou nesta quinta-feira seu maior déficit orçamentário desde a Segunda Guerra Mundial, depois de se comprometer com um estímulo fiscal de cerca de 289 bilhões de dólares australianos, ou 14,6% do Produto Interno Bruto.
O orçamento sofreu um déficit gigantesco de 85,8 bilhões no período anual encerrado em junho de 2020, a previsão anterior era de superávit, disse Frydenberg.
Este déficit aumentará novamente no ano que vem, chegando a 184,5 bilhões de dólares australianos no período 2020-21.
“A Austrália está passando por uma crise sanitária e econômica diferente de tudo que vimos nos últimos 100 anos”, afirmou Frydenberg a repórteres em Canberra.
Analistas acreditam que a economia reagirá nos próximos meses, à medida que a vida voltar a alguma espécie de normalidade, mas muito dependerá de as autoridades conseguirem conter novos surtos do vírus em Melbourne e Sydney, suas duas maiores cidades, mostrou uma pesquisa da Reuters.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras