A crise na Argentina derrubou as exportações brasileiras para o país, dificultando a recuperação da indústria nacional. Pela primeira vez em 16 anos, o Brasil terá déficit comercial com o vizinho, que enfrenta forte recessão.
O desempenho contamina as vendas para o Mercosul e demais países da região, destino de boa parte dos manufaturados brasileiros. Nos dez primeiros meses do ano, as exportações para a América do Sul caíram 23%. Os segmentos de automóveis, autopeças e calçados estão entre os mais afetados.
Na Argentina, o cenário é agravado pelas incertezas sobre como será o relacionamento entre os presidentes brasileiro Jair Bolsonaro, e argentino, Alberto Fernández, que toma posse no próximo dia 10. Dados do Ministério da Economia mostram que, de janeiro a outubro deste ano, o saldo comercial com o país vizinho está negativo em US$ 621,8 milhões, e poderá chegar a US$ 1 bilhão, segundo estimativa da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). A virada é grande, levando em conta que o Brasil teve superávit de US$ 3,861 bilhões em 2018.
“Infelizmente, essa situação com o Mercosul era previsível, por conta do cenário na Argentina. O déficit vai continuar em 2020”, disse o presidente da AEB, José Augusto de Castro.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras