A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou proposta de reajuste salarial zero para os bancários de todo o país em reunião, nesta sexta-feira (21), com o Comando Nacional dos Bancários. Os dirigentes da categoria rejeitaram a proposta dos bancos, mas afirmam que vão continuar as negociações no final de semana. O mês de dissídio da categoria é em setembro.
Na próxima terça-feira, bancários de todo o país deve fazer assembleias para avaliar as propostas da Fenaban. De acordo com o comado, os trabalhadores já discutem a possibilidade de greve caso as propostas não avancem.
Conforme o Comando Nacional dos Bancários, a reunião desta sexta-feira foi o terceiro encontro entre representantes de trabalhadores e de empresários e que a Fenaban apresenta propostas, na avaliação dos empregados, retiram direitos da categoria.
Na terça-feira passada, os representantes dos bancos propuseram reduzir até 48% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Na negociação de quinta-feira, os bancos defenderam o fim da 13ª cesta de alimentação e redução na gratificação de função.
“É completamente inaceitável essa proposta. Quase 70% das categorias esse ano fecharam acordos que tiveram aumento real ou reposição da inflação. Estamos falando do setor que mais lucra no país e que não quer dar aumento, além de não garantir os empregos. Querem retirar direitos como a redução de até 48% da PLR, diminuir a gratificação de função e acabar com a 13ª cesta de alimentos”, criticou a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional.
Para o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), o reajuste zero apresentado pelos bancos pode representar uma perda salarial de 2,65% nos contracheques dos bancários.
“Os bancos precisam modificar suas propostas porque as negociações esta semana foram por um caminho muito ruim, porque não dão alternativas para a categoria”, afirmou Juvandia.
A dirigente sindicatal destaca que a possibilidade de uma greve na categoria não está descartada entre os integrantes do Comando Nacional caso os bancos insistam na retirada de direitos e no reajuste salarial zero.
Assembleias
As negociações avançaram para o final de semana para que os bancários tenham uma resposta melhor da Fenaban para as assembleias marcadas para terça-feira. A partir amanhã começam a acontecer atos e outras atividades da categoria contra a intransigência da Fenaban em atender às reivindicações de aumento real e da PLR, regulamentação do teletrabalho e a manutenção dos direitos já conquistados ao logo de anos de negociações entre as duas partes.
Estão marcadas carreatas de bancários em Brasília e Belém. Atos e manifestação acontecem até terça-feira em outras capitais e cidades do país. Outra ação que vai ser realizada nos próximos dias é a dos tuitaços, direcionando pela rede social o protesto da categoria para os bancos.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras