O Partido Conservador, do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, obteve uma folgada maioria absoluta nas eleições legislativas desta quinta-feira, segundo pesquisa de boca de urna publicada pelos principais jornais do país.
De acordo com pesquisa do instituto Ipsos/MORI para BBC e Sky News, os conservadores obtiveram 368 cadeiras do total de 650 na Câmara dos Deputados.
Os britânicos foram às urnas para eleições apontadas como as “mais importantes em uma geração”, que definiram o Parlamento que deve apresentar uma resposta à questão mais complexa na história recente do país – o Brexit – e nas quais tudo é possível.
No poder desde julho, mas sem maioria absoluta, Johnson apostou em eleições antecipadas em dezembro, um mês escuro e frio, pouco propício para levar os britânicos às urnas, e obteve a hegemonia que lhe permitirá cumprir a promessa de tirar o país da União Europeia em 31 de janeiro.
Decidido por referendo em 2016, o Brexit, inicialmente previsto para março de 2019, foi adiado três vezes por rejeição do Parlamento ao acordo de divórcio negociado com Bruxelas.
O tema monopoliza a vida política britânica há mais de três anos e divide profundamente a sociedade.
Corbyn propunha negociar um novo acordo para manter estreitas relações comerciais entre o Reino Unido e a União Europeia.
O ex-sindicalista prometeu submeter o acordo a um novo referendo, junto com a possibilidade de simplesmente anular o Brexit. Durante todo o dia, os britânicos enfrentaram chuva e neve para ir às seções eleitorais, que permaneceram abertas até as 22h00 locais (19h de Brasília).
Apesar das pesquisas de boca de urna, será preciso aguardar até a madrugada de sexta para ter um resultado oficial.
Corbyn votou por volta do meio-dia em Islington, no norte de Londres, onde deixou ser fotografado e conversou com eleitores.
Johnson o fez ao final da manhã em Westminster e posou para fotos com seu cachorro, Dilyn. Depois, postou no Twitter uma foto dos dois com a hashtag “#DogsAtPollingStations” (“Cães nas seções eleitorais”).
A paixão pelos bichos de estimação parece ser um dos temas que ainda unem os britânicos: dezenas de milhares de pessoas publicaram imagens com os seus, alguns vestindo roupinhas de Natal contra o frio e o tema virou evidência nas redes sociais do país.
“Fiquei na dúvida até o último minuto. Finalmente, votei no menos pior”, disse à AFP Tippy Watson, de 53 anos, sem identificar seu voto.
O agente imobiliário Colin Anderson, 41 anos, lamentou que temas importantes como “o meio ambiente e a economia tenham ficado de fora” nesta eleição dominada pelo Brexit.
“Vou votar nos conservadores só para completar o Brexit, apesar de ser contra, mas temos que sair adiante e dar clareza às empresas”, disse à AFP Steve Banham, um londrino na casa dos 50, ilustrando o saturação que Johnson terá que superar para chegar à vitória.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras