Passageiros brasileiros vivem um drama há mais de 24 horas dentro do cruzeiro Fantasia, da MSC, atracado no porto de Lisboa, em Portugal. Dos cerca de 600 embarcados, pelo menos 196 não sabem como voltarão para o Brasil e temem contrair o novo coronavírus. A imprensa local informou que um dos 27 portugueses que desembarcaram está com o Covid-19, fato confirmado por uma contraprova realizada na noite desta segunda-feira. Ao todo, o país tem 23 mortes e mais de 2 mil casos confirmados.
O cruzeiro com 1.338 passageiros de ao menos 30 nacionalidades e muitos idosos começou sua viagem no dia 9 de março no Rio de Janeiro e seguiu para Santos (SP), Búzios (RJ) e Maceió (AL). Na Europa, passaria por Funchal e Lisboa, em Portugal; Tenerife, Barcelona e Cadiz, na Espanha; Marselha, na França; e o destino final no dia 26 seria Gênova, na Itália, país com mais de 6 mil mortes confirmadas pelo coronavírus.
A MSC, segundo relatam passageiros, prosseguiu viagem de Maceió, em Alagoas, para a Portugal no dia 13 de março, mesmo diante da pandemia que afeta em cheio a Europa. No porto local foi anunciado que a ida para Gênova seria cancelada, mas os outros destinos mantidos.
Os viajantes questionaram a continuação do passeio, mas foram informados que não havia problemas e que “estava tudo sob controle”. Entretanto, apreensivos, alguns brasileiros desembarcaram em Maceió, temendo seguir com o passeio.
Uma das que não seguiu para a Europa foi a nutricionista Maria Cristina Guimarães, 68 anos. Ela retornou de Maceió para o Rio de Janeiro diante da incerteza. “Ficamos com medo de não conseguir desembarcar na Europa”, contou.
Quem desembarcou em Alagoas teve que assinar um documento isentando a MSC de responsabilidade. De acordo com Maria Cristina, funcionários também desistiram de seguir no navio e rescindiram seus contratos temporários de trabalho.
Três dias depois, no dia 16, a empresa cancelou todas as suas viagens até o dia 30 de abril. A tripulação do Fantasia foi informada quando atravessava o Oceano Atlântico que o cruzeiro seria encerrado em Lisboa, onde chegou às 10h de domingo.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras