A divulgação da lista de empresas que recebem benefícios fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM) gerou uma onda de críticas, especialmente entre os opositores do governo. Os incentivos fiscais concedidos pela União totalizam R$ 35,5 bilhões, o que representa 36,37% do total de R$ 97,7 bilhões destinado a diversos setores entre janeiro e agosto deste ano.
Os dados, divulgados pelo Ministério da Fazenda, mostram que o agronegócio foi um dos maiores beneficiados, recebendo R$ 10,7 bilhões em incentivos. O iFood se destacou como uma das empresas que mais recebeu renúncias fiscais no período, com mais de R$ 335 milhões. No entanto, a empresa divulgou um artigo defendendo que esses recursos foram utilizados para apoiar parceiros durante a pandemia.
A crítica à Zona Franca também foi intensificada após a repercussão dos dados. A oposição no Congresso está dividindo a Medida Provisória (MP) em projetos de lei para desidratá-la e garantir a extensão do Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Perse) até dezembro de 2026, embora com algumas limitações.
Entre as empresas que receberam os maiores montantes estão Samsung, Philco Eletrônicos e Moto Honda da Amazônia. O setor eletroeletrônico e o Polo Duas Rodas foram responsáveis por gerar cerca de 44,6 mil e 22,3 mil empregos diretos e indiretos, respectivamente.
As críticas se concentram na percepção de que os benefícios fiscais não estão sendo distribuídos equitativamente e que muitas pequenas empresas do segmento foram duramente afetadas pela crise provocada pela pandemia. As discussões em torno dos incentivos fiscais da ZFM prometem continuar como um tema quente no debate político e econômico nos próximos meses.
Por Redação Amazônia Sem Fronteiras
Foto: SUFRAMA