Desemprego se mantém em alta

Foto: Divulgação
- PUBLICIDADE -

Mesmo com os programas oferecidos pelo governo federal para garantir os empregos no período da pandemia do coronavírus, como a Medida Provisória 936 que permitiu a redução de salário e jornada de trabalho, o número de trabalhadores com carteira assinada despencou no país. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada ontem pelo IBGE, 2,9 milhões de pessoas perderam seus postos de trabalho com carteira assinada no país, representando uma queda de 8,9% nas vagas formais no segundo trimestre deste ano. O levantamento mostrou que o setor formal chegou ao mais baixo patamar da série histórica.

No total, 8,9 milhões de pessoas perderam ocupações formais e informais de abril a junho, redução de 9,6% em comparação ao período de janeiro a março. A taxa oficial de desemprego no Brasil subiu para 13,3% no trimestre encerrado em junho, atingindo 12,8 milhões de pessoas. É a maior taxa desde maio de 2017.

Para a advogada trabalhista e especialista em direito sindical Maria Lucia Benhame, as medidas adotadas até aqui pelo governo Bolsonaro não foram suficientes para englobar todos os setores da Economia. “A MP da redução de salário e jornada foi insuficiente para alguns tipos de negócio, como segmentos da hotelaria, bares e restaurantes. Além disso, todo o conjunto de ações, como crédito para empresas não chegou ao empresário. Assim, uma empresa sem capital de giro, pagando folha de pagamento, não conseguiu manter por mais tempo os funcionários”, afirma.

Os especialistas avaliam que sem a MP 936, por exemplo, o número de pessoas desempregadas poderia ser bem pior. Dessa forma, o programa atenuou um cenário com a garantia da manutenção de emprego para mais de 15 milhões de trabalhadores.

Entretanto, há a incerteza daqui para frente com a proteção desses empregos. “A grande preocupação é quando acabar o programa do governo, no período de 3 a 4 meses que o trabalhador não pode ser demitido. Será que empresas terão fôlego para manter funcionários no quinto mês? A Economia tem reagido pouco. Será longo caminho de recuperação. Vai acender o alerta para esse segundo momento”, explica Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.

Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras

- PUBLICIDADE -