Hoje, Dia Mundial do Trabalho, muitos trabalhadores não têm o que comemorar. Em meio à crise da pandemia do novo coronavírus, diversos não conseguem sequer levar o sustento para casa. Para piorar, a renda básica emergencial de R$ 600 do governo federal, para os informais, ainda não chegou para vários deles. Ontem, o IBGE divulgou que, no primeiro trimestre de 2020, o número de desocupados subiu 12,2% e já atinge 12,9 milhões de brasileiros, além de 36,8 milhões viverem na informalidade.
Covid escancara precariedades
Na avaliação do diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fausto Augusto Junior, a pandemia escancarou a precariedade vivida pela classe trabalhadora no Brasil: “O trabalhador vive a insegurança no transporte público, a falta de equipamentos de proteção e poucas empresas se preocuparam em adotar medidas de precaução contra o vírus. E a pandemia evidencia a vulnerabilidade dos trabalhadores informais”.
Para ele, a perspectiva não é nada positiva. “Todas as medidas adotadas até aqui pelo governo federal foram pautadas para os empresários e com pouco apreço pela vida do trabalhador. É importante lembrar que o auxílio emergencial de R$ 600 veio do Congresso Nacional, por pressão da sociedade civil. A classe trabalhadora é penalizada”, completou Fausto.
Através de transmissão online, a CUT realiza nesta sexta-feira ato em defesa da saúde, emprego e renda com inúmeros artistas e ações para estimular solidariedade das pessoas. O evento vai contar com os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso, além da participação do roqueiro inglês Roger Waters.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras