Mais um ano chega ao fim e traz com ele as despesas das compras de Natal e Ano Novo, além dos impostos obrigatórios que vencem no início de 2021, como o IPVA e o IPTU. Encerrar 2020 pode até representar um alívio, mas débitos antigos podem ser uma pedra no sapato de quem deseja virar a página de um período bem conturbado. E para te ajudar a começar o próximo ano no azul e livre das dívidas, confira as dicas de especialistas nesta reportagem do Portal Amazônia sem Fronteiras.
Que tal aproveitar o restinho de 2020 para fazer um planejamento financeiro? Com isso, você pode ter mais controle sobre as suas despesas e gastos, o que auxilia na vida financeira. Vale lembrar que o planejamento ainda te ajuda a não extrapolar nas compras de presentes. E não precisa quebrar a cabeça para montar, você pode fazer num bloquinho de papel ou no bloco de notas do seu celular ou computador. Há ainda os mais rebuscados, feitos em planilhas do Excel, por exemplo.
“Não recomendo que você tenha um orçamento sofisticado, cada um faz de acordo com aquilo que for prático. Não adianta fazer uma planilha eletrônica se você não tem acesso a isso facilmente, se você vai usar, por exemplo, só o celular. Vale qualquer meio, se você consegue calcular conforme as suas características e necessidades”, esclarece o economista e professor do Ibmec, Gilberto Braga, acrescentando que o grau de detalhamento vai variar de acordo com o consumidor.
“De um lado, liste todas as entradas, ou seja, receitas, salários, comissões, dinheiros extras. E de outro, todas as despesas. Elas devem ser separadas entre despesas obrigatórias, como contas de telefone, gás, aluguel ou prestação da casa própria, tudo aquilo que a pessoa ou família têm que pagar periodicamente. No outro grupo, entram as despesas extraordinárias, aquelas que não são necessariamente obrigatórias, não ocorrem com regularidade todos os meses. Por exemplo, um conserto de eletrodoméstico, um imposto que só paga uma vez ao ano, o aniversário de alguém que você tem que comprar um presente”, ensina Braga.
Filipe Pires, coordenador do MBA do Finanças do Ibmec RJ, orienta que o consumidor some todos os gastos e receitas. “Na última linha da planilha, compare se o valor que você recebe é maior que o que gasta. Nas suas despesas, coloque também os gastos com cartão de crédito, porque é dívida, apesar de você pagar todo mês, você fica 30 dias devendo até a quitação. E ainda inclua os gastos com outras dívidas, parcela de financiamento, por exemplo”, recomenda.
Para as festas de fim de ano, Gilberto Braga aconselha que o consumidor faça uma lista de gastos. “Se for dar presente, coloque o nome da pessoa, estipule um valor e olhe o orçamento. Se o orçamento estourar com o valor y, diminua o valor para x, e assim sucessivamente. Na hora de sair às compras, seja virtualmente ou presencialmente, tem que procurar ficar próximo daquilo que você orçou. Mas se excedeu ao comprar o presente para um pessoa, vai ter que compensar em outra, para não estourar o seu planejamento”, instrui Braga.
Como renegociar
Pires orienta que o inadimplente procure soluções para as dívidas, como a portabilidade. “Se você tem um financiamento há muito tempo, busque renegociar com bancos concorrentes. Trabalhe também a alternativa de buscar soluções nas fintechs, que são empresas de tecnologia que promovem soluções bancárias e financeiras. Muitas vezes os custos de dívidas dessas fintechs é menor, porque elas querem ganhar mercado. Então, há a possibilidade da portabilidade do seu financiamento ou empréstimo, de um banco para outro, ou para uma fintech”, esclarece.
Planejar e ter a ciência sobre os custos não vale apenas para manter as finanças em dia. Antes de quitar os débitos, também não deixe de se organizar. E o que fazer para liquidar o que deve? “Sempre capte dívida mais barata para quitar a mais cara. Então, se você está devendo no cartão de crédito e tem um saldo a captar via consignado, por exemplo, ou mesmo crédito direto do consumidor no seu banco, negocie esse crédito. Mas quite sempre o rotativo do cartão e cheque especial”, aconselha Pires.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras