Um relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da FAB, aponta que várias falhas de manutenção levaram à queda do helicóptero que vitimou o jornalista Ricardo Boechat, 66 anos, em fevereiro de 2019. No acidente, também o morreu o piloto da aeronave Ronaldo Quattrucci, de 56 anos.
De acordo com a Cenipa, as atitudes do piloto, que também era dono do helicóptero, contribuíram para a tragédia. O relatório aponta que Quattrucci não verificou o funcionamento dos instrumentos de bordo antes da decolagem e tomou decisões erradas durante o voo. Na ocasião, o helicóptero caiu na Rodovia Anhanguera, em São Paulo, colidiu com um caminhão que passava pela via e explodiu em seguida.
O relatório destaca, sobretudo, falhas no compressor da aeronave, que estava com peças vencidas. Desde 1988, não houve qualquer atualização ou troca completa do equipamento. O tubo de distribuição do óleo também não foi trocado conforme o calendário previsto.
Além disso, a investigação identificou o desgaste anormal de algumas peças. Por isso, houve sobrecarga da aeronave e o rompimento do eixo de ligação do rotor da cauda na hora da queda.
Contudo, o piloto obteve a aprovação técnica pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em agosto de 2017. Mas tanto o profissional quanto o helicóptero não tinham autorização para fazer voos de táxi aéreo sob pagamento.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras