O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) usou seu perfil no Twitter, na noite deste domingo, para informar que o advogado Frederick Wassef deixou sua defesa no caso que investiga um esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Wassef deixa de representar o filho do presidente Jair Bolsonaro três dias depois da prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador. O PM reformado foi encontrado pela polícia em uma casa do advogado em Atibaia, no interior de São Paulo.
“A lealdade e a competência do advogado Frederick Wassef são ímpares e insubstituíveis. Contudo, por decisão dele e contra a minha vontade, acreditando que está sendo usado para prejudicar a mim e ao presidente Bolsonaro, deixa a causa mesmo ciente de que nada fez de errado”, escreveu Flávio.
Na tarde deste domingo, Wassef havia contado à CNN que tinha ligado para Flávio Bolsonaro para falar de sua decisão. Ele disse que apesar de o senador relutar e pedir para que continuasse em sua defesa, resolveu abandonar a causa e nesta segunda será anunciado um novo advogado.
“Fiz um telefonema ao senador e disse que estou sendo usado pelos inimigos da pátria, os inimigos do Brasil. Estão fazendo um massacre midiático contra minha pessoa para atingir o presidente”, Wassef avisou.
Preso, Fabrício Queiroz pede livro de autoajuda a operador de propinas de Cabral
Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz está preso no Presídio Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), na Zona Oeste do Rio, desde a tarde da última quinta-feira. Na mesma unidade, estão os presos da operação Lava-Jato. Isolado por prevenção à Covid-19, Queiroz tem permanecido em silêncio na prisão e um dos raros momentos de interação nos últimos dias foi quando pediu um livro de autoajuda para Wilson Carlos, ex-secretário de Sérgio Cabral e operador do esquema de propinas do governo do estado.
O ex-assessor de Flávio Bolsonaro é atualmente vizinho de cela do ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Carlos se tornou o organizador da biblioteca de Bangu 8 depois que o ex-deputado Edson Albertassi montou uma biblioteca no local, antes de ir para prisão domiciliar há dois anos.
Desse modo, o ex-secretário de Cabral costuma passar pelas celas perguntando o que cada um dos detentos quer ler. Foi então que Queiroz pediu um título de autoajuda.
Foi na propriedade do advogado Wassef, em Atibaia (SP), que Queiroz foi preso na manhã da última quinta-feira, dia 18. Segundo a investigação da Promotoria, que embasou o mandado de prisão, houve uma “complexa rotina de ocultação do paradeiro” do Queiroz, “articulada” por uma pessoa com “notório poder de comando”.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras