Funcionário da polícia mata quatro policiais a facadas em quartel-general em Paris

     Um funcionário matou quatro policiais a facadas nesta quinta-feira dentro da sede da polícia de Paris. Ele foi morto por agentes. 

    De acordo com testemunhas e diversas fontes, o agressor trabalhava na Direção de Inteligência da sede da polícia há cerca de 20 anos.

    Embora as motivações deste episódio ainda sejam desconhecidas, os investigadores privilegiam a pista de um conflito pessoal, segundo essas fontes.

    Inédito na história da polícia francesa, o ataque aconteceu no início da tarde dentro do quartel-general, um local emblemático, localizado no centro histórico da capital, perto da Catedral de Notre-Dame.

    O homem iniciou o ataque em seu escritório e partiu para continuar sua agressão em outros lugares da sede, relatou Loic Travers, funcionário do sindicato Aliança Polícia Nacional, à emissora BFMTV.

    “As pessoas corriam, gritando”, declarou Emery Siamandi, um intérprete que estava no prédio no momento da ocorrência.

    “Ouvi um disparo. Momentos depois, vi a polícia gritando, em pânico”, completou.

    O agressor era “um funcionário modelo, sem histórias”, com “mais de 20 anos de carreira” na sede da polícia, afirmou o delegado do sindicato.

    O presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro e o ministro do Interior da França foram imediatamente ao local do ataque, na ilha de La Cité, no coração da capital. A área foi totalmente bloqueada ao tráfego e à circulação de pedestres.

    Desde 2015, a França foi palco de vários ataques atribuídos a grupos jihadistas, que incluíram atentados sincronizados e agressões isoladas com arma branca. No total, 251 pessoas perderam a vida nesses ataques, e o país ainda se encontra em estado de alerta.

    A polícia continua a ser alvo recorrente de organizações extremistas, incluindo o Estado Islâmico (EI).

    “Ver um colega atacando outros colegas, isso é algo incrível para um policial”, comentou outro funcionário do sindicato, Denis Jacob.

    Na sua opinião, o ataque seria um sinal da “ruptura do vínculo entre nós” e da “desumanização da instituição”.

    Durante a manhã, uma mensagem de alerta foi transmitida nos altos-falantes do Palácio da Justiça de Paris, localizado em frente à sede da polícia.

    “Um ataque ocorreu na sede da polícia. A situação está sob controle, e o setor permanece sob vigilância”, alertou a mensagem.

    Esse ataque mortal ocorre no dia seguinte ao protesto de milhares de policiais em Paris, uma mobilização sem precedentes em quase 20 anos, em meio à preocupação da instituição com o aumento do número de suicídios e com a reforma previdenciária.

    Segundo organizações sindicais, 26 mil pessoas participaram dessa mobilização. Existem quase 150 mil policiais na França.

    Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras

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