O Ibama aplicou R$ 364,5 milhões em multas contra 23 frigoríficos acusados de adquirir e comercializar carne de gado proveniente de áreas embargadas por desmatamento ilegal.
Entre os frigoríficos autuados está o Frizam, localizado em Boca do Acre (a 1.026 km de Manaus), conhecido por reincidir nesse tipo de prática criminosa.
Outras empresas de grande porte, como a JBS, da J&F Investimentos, e a 163 Beef, em Novo Progresso (PA), também foram penalizadas por sua relação com o desmatamento.
Além das sanções, as investigações revelaram que esses frigoríficos frequentemente utilizam um esquema de “lavagem de gado” para disfarçar a origem ilegal dos animais, prática que facilita a venda de carne de regiões desmatadas de forma irregular.
O problema de rastreabilidade na cadeia da carne é considerado um dos principais obstáculos no combate ao desmatamento ilegal e à degradação ambiental, especialmente na Amazônia, onde se estima que a pecuária possa devastar até 3 milhões de hectares até 2025, conforme relatório do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) .
Supermercados e investidores que compram ou apoiam frigoríficos envolvidos no desmatamento enfrentam críticas crescentes por sua falta de compromisso com práticas sustentáveis.
A ausência de um controle eficaz sobre a origem dos produtos comercializados também afeta negativamente a imagem de grandes redes e coloca em destaque a urgência por políticas mais rigorosas e investimentos em tecnologias de rastreabilidade no setor.
O Ibama e outros órgãos ambientais reforçam a necessidade de ações mais efetivas para evitar que empresas continuem se beneficiando de áreas protegidas ilegalmente.
Por Amazônia Sem Fronteiras
Foto: Divulgação/IBAMA