Um grupo de indígenas da etnia Sataré Mawé reuniu-se em frente ao Hospital de Retaguarda da Nilton Lins, que fica no bairro Flores, zona centro-sul de Manaus, na manhã desta quarta-feira (3). Eles pediam o fim da burocracia encontrada para ter a acesso a Ala Especializada em Saúde Indígena, que não recebe a população indígena de forma direta. Os pacientes devem procurar primeiro outras unidades que não possuem atendimento diferenciado aos indígenas.
A indígena Terezinha Ferreira de Souza foi diagnosticada com o novo coronavírus no sábado (30). Ela mora em uma aldeia localizada na área rural de Manaus, e precisou atravessar o igarapé do Tarumã-Açu, de barco, para receber atendimento. No fim da tarde de terça-feira (2), ela procurou a Ala Especializada em Saúde Indígena do Hospital Nilson Lins, mas seu atendimento foi recusado.
A Ala Especializada em Saúde Indígena foi inaugurada no dia 26 de maio com a presença do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, e do governador do Amazonas, Wilson Lima. É a primeira a ser inaugurada no Amazonas, Estado que possui 60% da população indígena do País. A nova ala tem 53 leitos, sendo 33 leitos clínicos, 15 Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e cinco Unidades de Cuidados Intermediários (UCI), com possibilidade de expansão. O Hospital Nilton Lins foi inaugurado em 18 de abril, com 95 leitos para tratamentos de pacientes de média e alta complexidade com o novo coronavírus.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras