Um grupo de 17 soldados foi detido no México após a morte de uma mulher em protestos contra o desvio de uma barragem para fornecer água às populações dos Estados Unidos, informaram as autoridades na quinta-feira.
Os integrantes da Guarda Nacional foram entregues por seus superiores à procuradoria do estado de Chihuahua (norte) para serem investigados no caso do manifestante.
A morte ocorreu na terça-feira passada, após confrontos entre militares e residentes que ocuparam a barragem de La Boquilla em rejeição ao desvio de água para os Estados Unidos.
Durante o incidente na comunidade Delicias, o marido da vítima também ficou ferido.
De acordo com alguns veículos da mídia local, ambos foram baleados, mas o relatório oficial não menciona isso.
“A Guarda Nacional tem mantido uma estreita cooperação com a procuradoria de Chihuahua e a promotoria mexicana (…) para esclarecer os fatos”, disse a instituição militar em um comunicado.
O presidente Andrés Manuel López Obrador explicou que o México é obrigado a abastecer seu vizinho os Estados Unidos conforme um tratado de 1944 e garante que esta situação não afeta o abastecimento do lado mexicano.
Nesta quinta-feira, o presidente lamentou a morte do manifestante, mas defendeu a ação militar.
“A Guarda agiu muito bem porque, primeiro, havia muito mais manifestantes e eles, embora tivessem armas, decidiram não usá-las”, disse o presidente em sua entrevista coletiva habitual.
Segundo a Guarda Nacional, horas depois da intervenção em La Boquilla, onde havia cerca de 2.500 manifestantes, um grupo passou com veículos por outra infraestrutura protegida pelos agentes.
López Obrador e o governador de Chihuahua, o opositor Javier Corral, se acusam de politizar a questão da barragem.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras
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