É normal, quando falamos de riqueza, independência financeira, crise, prosperidade financeira, dentre outras temáticas relacionadas à Educação Financeira, argumentarem que se necessita de um salário melhor ou de ganhar mais para atingir a prosperidade financeira ou sair de uma crise. Elas afirmam que estão na situação em que se encontram por não ganharem um bom salário ou não possuírem uma boa renda (no caso de empresários e autônomos). Na realidade, isso não importa para que cada um alcance o objetivo financeiro, pois não é o salário maior que fará com que cada pessoa tenha sucesso financeiro e, sim, sua MUDANÇA COMPORTAMENTAL. Na Educação Financeira, este é um dos assuntos mais abordados, visto que muitos se preocupam com sua renda para alcançar a independência financeira e afirmamos que NÃO É IMPORTANTE O QUANTO VOCÊ GANHA, mas, sim, COMO VOCÊ GASTA. Então MUDANÇA DE COMPORTAMENTO e DE ATITUDES são palavras-chave para que qualquer um alcance o SUCESSO FINANCEIRO. Para tal, é necessário verificar nossa vida financeira atual e começar a mudar de comportamento imediatamente. Para iniciar esse processo, é fundamental fazer uma relação das despesas mensais, estabelecendo uma data inicial e uma data final, e realizar esse procedimento por 90 dias (tal procedimento pode ser feito em 30 dias, mas, para uma melhor execução, recomendamos ser feito por 90 dias, por conta das despesas variáveis – aquelas que oscilam, como, por exemplo, a conta de energia elétrica, a conta telefônica, entre outras). Pode-se comprar um caderno e separar as despesas por folha, onde cada folha contém o nome da despesa, o dia em que foi realizado o pagamento e qual foi a forma de pagamento (dinheiro, cartão de crédito, cartão de débito ou cheque). Lembre-se de separar todas as despesas para encontrar, no final, qual o gasto para cada tipo de despesa de forma isolada. É importante frisar que não existe despesa de alimentação, pois esta despesa se divide em despesas com café da manhã, almoço, lanche, jantar, supermercado, padaria, refeições avulsas, etc. Outro fator importante é anotar a despesa sempre no momento em que ela acontece e não deixar para fazê-la depois ou no final do dia, pois é fatal (e muito comum) se esquecer de anotá-la, portanto, GASTOU, ANOTOU. E, por fim, anote qualquer valor, mesmo de centavos, pois, “de grão em grão, a galinha enche o papo”. Após realizar o processo acima, ao final de 90 dias, será a hora de verificar quanto teve de ganhos (salários, rendas, rendas extras, comissões, etc.) e quanto teve de gastos. Poderemos encontrar um saldo POSITIVO, um saldo NULO ou um saldo NEGATIVO. O importante é já ter feito seu levantamento financeiro e, daí para frente, poderá verificar onde será necessário reduzir custos, ou seja, onde está gastando muito e poderá reduzir. Ou, ainda, encontrar onde seu dinheiro está “saindo pelo ladrão” com despesas que poderiam ser evitadas. Por exemplo: uma delas é a taxa de manutenção de sua conta bancária. Essa é uma despesa desnecessária, pois qualquer um pode ter uma conta no banco sem gastar nada. Aprofundaremos esse assunto num capítulo mais adiante. Embora seja uma tarefa bem simples, a maioria dos brasileiros não conhece seu perfil financeiro (positivo, nulo ou negativo) e por isso gasta mais do que ganha. Se não o faz, de todo modo, poderia investir mais com dinheiro que está sendo mal utilizado. Fazendo o que foi citado até aqui, com certeza, já terá noção de como está a sua vida financeira e de como melhorá-la daqui para frente, com nossas outras 24 dicas de Educação Financeira. Podemos afirmar que, aplicando, pelo menos, 20% de nossas dicas, poderá ter uma melhoria em seu padrão de vida. Você deseja esta mudança? Se SIM, vamos ao trabalho: aplique nossas dicas e alcance sua INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA.
Carlos Virtuoso
Contador, consultor empresarial e planejador financeiro, presidente do I.F.E.F. – Instituto de Fomento à Educação Financeira e coordenador do I.L.I.S. – Rede Lusófona de Empreendedorismo.