Um padre português foi acusado de usar dinheiro de ofertas dos fiés e da venda de arte sacra das paróquias de Santo Condestável, em Lisboa, e Nossa Senhora dos Remédios, em Carcavelos, para comprar 19 carros. Embora a maioria tenha sido de carro popular ou semi-novos, um deles foi um Mercedes classe A de 36 mil euros (cerca de R$ 235 milhões).
Conhecido como padre Tó, António Teixeira foi acusado pelo Ministério Público de Portugal pelos crimes de abuso de confiança e furto qualificado. Ele negou ter cometido os delitos e justificou os gastos como ações de gestão necessárias para as igrejas. No entanto, os promotores afirmam que a compra dos veículos foi uma forma de dissimilar a origem do dinheiro. Eles chegaram a essa conclusão após seis anos de investigação.
O julgamento está previsto para acontecer no próximo dia 15. Se condenado, a pena pode ser de até 12 anos de prisão. As informações são do jornal local “Correio da Manhã”.
“O arguido sabia que a multiplicidade de movimentos bancários e a emissão de cheques, fazendo girar o dinheiro por diversas contas, dificultava o seguimento do seu trajeto”, diz a acusação, acrescentando que as peças de arte sacra vendidas pelo padre sem o consentimento da diocese são “de valor histórico e religioso que foram retirados do interior da igreja e da residência paroquial.
Entre esses itens estavam um cálice cerimonial adornado com safiras, rubis e esmeraldas, mobiliário eclesiástico, objetos em prata ou marfim, como crucifixos, além de várias imagens do séc. XVII. Para serem comercializados, alguns precisam até mesmo da autorização do Vaticano, o que não ocorreu neste caso. A polícia portuguesa encontrrou algumas peças em antiquários.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras