Policial de NY é acusado de espionar imigrantes tibetanos para a China

    Foto: Divulgação
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    Um policial da cidade de Nova York foi acusado de ser um ativo de inteligência do governo chinês, que concordou em espionar apoiadores norte-americanos do movimento pela independência do Tibete.

    Baimadajie Angwang, cidadão norte-americano naturalizado do Tibete, trabalhou desde 2018 como agente da República Popular da China em seu esforço para reprimir o movimento, de acordo com uma denúncia criminal apresentada no tribunal federal do Brooklyn. Acredita-se que ele trabalhou secretamente para pessoas não identificadas do consulado chinês em Nova York.

    Não há alegação de que Angwang comprometeu a segurança nacional ou as operações do Departamento de Polícia de Nova York (NYPD). Ainda assim, ele foi considerado uma ameaça interna , disse William Sweeney, chefe do escritório do FBI em Nova York, em um comunicado.

    Angwang, 33, foi detido sem fiança em uma audiência inicial nesta segunda-feira (21). Sua defesa ainda não comentou o caso.

    Além de ser um oficial do NYPD, Angwang é sargento da reserva do exército dos EUA, que recebeu autorização de segurança do Departamento de Defesa, de acordo com documentos judiciais que o acusam de mentir durante uma verificação de antecedentes que lhe deu esse status.

    “Conforme alegado nesta queixa federal, Baimadajie Angwang violou todos os juramentos que fez neste país. Um para os Estados Unidos, outro para o Exército e um terceiro para este departamento de polícia”, disse o comissário do NYPD, Dermot Shea.

    O trabalho dele como espião era localizar potenciais fontes de inteligência e identificar possíveis ameaças na área metropolitana de Nova York, dizem os documentos do tribunal. Desde 2014, Angwang relatou as atividades de cidadãos chineses e investigou fontes dentro da comunidade tibetana.

    Ele também deveria fornecer, aos membros do consulado, acesso a funcionários graduados do NYPD por meio de convites para eventos oficiais da corporação. Angwang disse ao seu assistente que queria ser promovido dentro da força policial para que pudesse trazer “glória à China”.

    Os jornais afirmam que as evidências incluem comunicações interceptadas entre Angwang e um funcionário do consulado – que ele chamou de “irmão mais velho” e “chefe” – sobre como identificar dissidentes no movimento de independência.

    “Eles não acreditam no budismo tibetano”, declarou Angwang ao seu contato. “Quando o consulado estender a mão para ajudá-los, eles vão sentir o calor da pátria. Isso não seria maravilhoso?”.

    A certa altura, Angwang sugeriu que a emissão de vistos de 10 anos para tibetanos nos EUA ajudaria a recrutar outros espiões. Antes de se tornar cidadão americano, ele pediu asilo alegando que havia sido preso e torturado na China em parte por causa de sua etnia tibetana.

    Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras

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