O empresário Romero Reis, principal nome do partido para concorrer às eleições municipais em 2020, anunciou nesta semana que pediu desfiliação do PSL, alegando desconforto com os rumos que o partido está tomando.
Em nota, a assessoria de comunicação de Romero, informou que o estopim para a desfiliação foi a postura “em cima do muro”, que o Delegado Pablo vem tomando quanto a crise que vem se instalando no PSL.
“Nesse momento é preciso ter duas coisas: a primeira delas é posição. Cada um tem que consultar a sua consciência e ser fiel ao seu princípio. E o segundo ponto é ter coerência. Por isso, não tenho mais como continuar no PSL. Aqui no Amazonas, o partido se entregou ao Bivar apenas de olho no dinheiro do fundo partidário. Sempre disse que sou contra isso”, comentou.
Romero fala em traição quando diz respeito ao Delegado Pablo, Deputado Federal eleito no Amazonas pelo PSL. Ele alega que a “mola propulsora” para a votação e eleição de Pablo, foi um vídeo gravado pelo Presidente, à época candidato, onde ele mostra apoio ao, hoje, deputado.
“Todos acreditam que, sem pegar carona na campanha de Bolsonaro, Pablo não teria sido eleito”, salientou.
No mesmo dia, Romero Reis publicou uma carta, onde ele afirma lealdade e apoio ao Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. Confira:
“Nos últimos anos o Brasil tem experimentado grandes mudanças na política. O país se cansou da corrupção generalizada, do retrocesso do alinhamento com os países de governos de esquerda e principalmente dos desmandos de uma classe política que se acostumou a legislar pensando exclusivamente em seus interesses.
A eleição do presidente Jair Bolsonaro foi uma manifestação forte, inquestionável e democrática nas urnas para mostrar que o resgate da boa política ainda é um valor pelo qual vale lutar. Há um claro sentimento de ruptura em relação a política tradicional e seus métodos.
Bolsonaro não foi eleito por uma sigla e nem governa para um único partido. Foi escolhido pelas pessoas para trabalhar pelos brasileiros. Para todos nós. Como representante do povo, o presidente tem utilizado esse momento de mudança para se manter fiel aos princípios que o elegeram. Convocar o juiz símbolo do combate a corrupção para o Ministério da Justiça foi um exemplo dessa postura. Confiar o comando da política econômica a uma equipe especialista e recuperar o respeito dos outros países foi outro sinal de avanço. Estimular o debate das reformas e promover as mudanças que o Brasil precisa para sair da estagnação além de reforçar os programas sociais através de medidas como a implementação do 13º salário para o Bolsa Família investindo no progresso dos brasileiros mais carentes. Esses são apenas alguns dos sinais de que, mesmo com pouco menos de 1 ano de atuação, esse governo tem se mantido ao lado daqueles que foram as ruas e se mobilizaram pela transformação de um país.
Eu sou um desses brasileiros. Durante a campanha, fui as ruas, mobilizei amigos e parentes, participei de debates e caminhadas. Sei que minha missão como cidadão e manauara de coração não terminou. Tenho consciência de que minha responsabilidade não acaba com o voto nas urnas. As minhas posições são bem definidas e transparência acima de tudo.
O cidadão deve ter o acesso a todas as informações que desejar, principalmente dos mandatos e das posturas de cada representante. Partido político não pode ser escritório para negociata; Política não é profissão.
Defendo que político deve cumprir até o último minuto do seu mandato. A responsabilidade com o país e com o eleitor deve ser por inteiro. Sou absolutamente contra quem se candidata no meio de mandato e abandona seus compromissos com o cidadão; Lealdade é inegociável.
Ser fiel ao seu grupo político e aos seus ideais é uma obrigação. Quem se elege com discurso alinhado e graças ao apoio de um grupo político não pode, uma vez eleito, abandonar seus aliados em troca das benesses do poder. Quem faz isso com sua liderança, fará com o eleitor, sou a favor da Lava-Jato.
A Lava-jato é uma conquista do povo brasileiro. Não pode parar ou ser fragilizada nesse momento em que o país precisa seguir em frente;
Sou absolutamente contra o uso de dinheiro público para financiar campanhas e políticos.
Defendo que o dinheiro do Fundo Partidário seja aplicado em segurança, saúde, educação, infraestrutura e geração de empregos, por exemplo, jamais ser aplicado em campanhas políticas. Um exemplo: no próximo ano, o PSL terá acesso a aproximadamente 268 milhões de reais. Com esse dinheiro, seria possível, por exemplo, construir escolas, postos de saúde, melhorar o sistema de transporte coletivo, dentre tantas outras necessidades públicas.
Por reafirmar que todos esses pontos são princípios dos quais não abro mão, tomei a decisão de solicitar hoje minha desfiliação do PSL/AM. Sinto que minhas ideias vão em sentido contrário ao grupo que atualmente controla o partido. Trata-se de uma decisão serena e definitiva. Não há enfrentamento, mágoas ou ressentimentos. Apenas considero que no meu caso, para transformar o Brasil e Manaus é melhor mudar de legenda do que mudar de convicções.
Quero agradecer a todos os filiados do PSL com os quais eu tive a honra de estar lado a lado e convidar aqueles que compartilham dos mesmos propósitos e sentimentos a mantermos as relações de confiança e amizade, ratificando meu total apoio ao Presidente Jair Bolsonaro e as reformas estruturantes que seu Governo vem promovendo, construindo o Brasil que lutamos e desejamos.”
Reportagem: Jardel Pereira (Portal Amazônia sem Fronteiras)