O presidente da Sérvia Aleksandar Vucic proclamou a vitória “histórica” de seu partido de centro-direita nas eleições legislativas deste domingo, com 63,4% dos votos. “Agradeço ao povo por esse apoio histórico”, declarou aos apoiadores na sede do Partido de Progresso da Sérvia (SNS), em Belgrado.
Segundo pesquisa divulgada à noite pelo Instituto Ipsos, o SNS obteve 62,5% dos votos e o Partido Socialista, seu parceiro na coalizão dominante, obteve 10%. “Vencemos em todos os lugares, vencemos onde nunca vencemos”, afirmou.
Os sérvios foram as urnas neste domingo para um pleito legislativo boicotado pela oposição, o que ajudou a consolidar o partido de Vucic, que saiu reforçado pela crise do coronavírus.
Essas primeiras eleições nacionais na Europa após a pandemia foram realizadas à sombra da poderosa figura presidencial.
Vucic não concorreu, mas seu nome estava nos boletins de voto como presidente do Partido de Progresso da Sérvia (SNS, centro-direita), no poder por oito anos.
Segundo uma pesquisa da ONG CRTA, a taxa de participação de eleitores foi de 45%, sete pontos percentuais a menos do que nas legislativas de 2016.
Os partidos de oposição que boicotaram o pleito justificaram sua decisão na impossibilidade de realizar eleições livres devido à distorção da mídia e do cenário democrático.
Mas a oposição, cujos grupos integrantes tem apenas em comum a rejeição a Vucic, foi prejudicada pela dissidência. Os principais partidos boicotaram as eleições, mas apareceram várias formações pequenas.
Sob a Constituição, o presidente tem um papel figurativo, mas Aleksandar Vucic é sem dúvida o tomador de decisão.
A propaganda eleitoral também não mencionava o SNS, mas usava como lema: “Aleksandar Vucic para nossos filhos”.
O chefe de Estado, que foi duas vezes primeiro-ministro antes de assumir a presidência, denunciou o boicote como uma ameaça à democracia e acusou a oposição de usá-lo como disfarce para esconder sua impopularidade.
Aos 50 anos, o presidente está mais popular do que nunca, de acordo com pesquisas que mostram que ele saiu mais forte da crise da COVID-19.
Embora a epidemia cresça lentamente após a fim das medidas de confinamento, a Sérvia evitou, registrando 260 mortes, a catástrofe sofrida em outros países.
Além de administrar a pandemia, o presidente, um ex-ultra-nacionalista que fez a escolha tática de se aproximar do Ocidente e da União Europeia, agrada aqueles que o consideram próximo ao povo.
Vucic optou por grandes projetos de infraestrutura e prometeu praticamente dobrar o salário médio para 900 euros (cerca de 1.008 dólares) até 2025.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras