Seca Histórica dos Rios no Amazonas Pode Reduzir Contratações em Até 30% no Final de Ano

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A seca histórica nos rios do Amazonas, que já alcançou níveis críticos, está impactando de forma expressiva a economia local, com reflexos diretos no mercado de trabalho.

O nível do Rio Negro, um dos principais da região, chegou a apenas 13,59 metros em Manaus, o mais baixo desde o início das medições, que começaram em 1902. A situação compromete a logística e o transporte fluvial, impactando a geração de empregos temporários e permanentes em diversos setores.

Impacto nas Contratações:

Segundo estimativas da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), as contratações de final de ano, que geralmente registram um aumento significativo para atender a demanda sazonal no comércio e serviços, podem sofrer uma queda de até 30% em comparação com o mesmo período no ano passado.

Em 2023, cerca de 5.000 vagas temporárias foram criadas entre novembro e dezembro, mas, para 2024, a projeção é de menos de 3.500 vagas, devido às dificuldades logísticas e ao impacto no transporte de mercadorias.Setores mais Impactados: •

Navegação e Transporte:

As embarcações têm enfrentado dificuldades de navegação devido ao nível baixo dos rios, o que afeta a entrega de mercadorias e insumos para comunidades ribeirinhas. Este setor, responsável por uma média de 1.500 empregos temporários no período de fim de ano, deve reduzir as contratações em até 40%. •

Agronegócio:

Pequenos agricultores, que dependem do transporte fluvial para escoar sua produção, enfrentam perdas nas colheitas e redução das operações. A baixa no nível dos rios compromete o escoamento de produtos, e as contratações temporárias para atividades agrícolas podem sofrer uma queda de 25%. •

Turismo e Comércio:

O setor de turismo também é afetado, pois a seca impacta atividades recreativas nos rios e o ecoturismo, especialmente na região do Encontro das Águas e em áreas de pesca esportiva.

Tradicionalmente, o turismo sazonal gera aproximadamente 1.000 empregos temporários no fim do ano, mas a expectativa agora é de cerca de 600 vagas.

Projeção para a Economia Local:

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima que o impacto financeiro da seca nos setores produtivos do Amazonas pode representar uma redução de até 10% na geração de receita prevista para o final do ano.

O governo local já discute a necessidade de políticas emergenciais de apoio a esses setores e a oferta de linhas de crédito para empresas diretamente impactadas pela estiagem.

Comparativo com Anos Anteriores:Para se ter uma ideia, em 2022, o nível do Rio Negro estava a 17 metros neste mesmo período, e a geração de empregos temporários chegou a 7.000 vagas.

Com a crise atual, espera-se que, em 2024, esse número não ultrapasse 4.000 vagas, evidenciando a grave situação que a baixa dos rios trouxe para a economia e a empregabilidade na região.

Por Redação Amazônia Sem Fronteiras

Foto: Arquivo/ASF

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