Steve Bannon, que atuou como estrategista-chefe na campanha de Donald Trump em 2016 e se aproximou de Bolsonaro em 2018, foi preso nesta quinta-feira, nos EUA, sob acusação de fraude em uma campanha de arrecadação de fundos para construir muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México.
Junto com ele, outras três pessoas foram presas pelo esquema.
Além da proximidade com os presidentes dos EUA e Brasil, Bannon também atuou na Cambridge Analytica, empresa de marketing britânica que desencadeou o escândalo do uso de dados pessoais do Facebook em campanhas, principalmente a de Trump e a do Brexit, em 2016.
Mais recentemente, em 2019, Bannon fundou um movimento conhecido simplesmente como The Movement, baseado em Bruxelas, cujo objetivo é ajudar a eleger o máximo de candidaturas populistas de extrema-direita pela Europa.
O caso
A procuradora interina do distrito sul de Nova York, Audrey Strauss, disse que Bannon e outros três acusados “cometeram uma frande de centenas de milhares de dólares, capitalizando seu interesse de financiar um muro na fronteira para arrecadar milhões de dólares, sob o falso pretexto de que todo o dinheiro seria gasto na construção”, quando na verdade ficaram com parte da quantia para uso pessoal.
A campanha on-line arrecadou mais de 25 milhões de dólares, de acordo com os promotores.
Bannon, 66 anos, e outro acusado, Brian Kolfage, 38, fundador da campanha “We Build the Wall” (“Nós Construímos o Muro”), asseguraram aos doadores que 100% do dinheiro seria utilizado para a construção e que Kolfage não obteria um centavo do que foi arrecadado como salário ou compensação.
Mas de acordo com a acusação, Kolfage ficou com 350.000 dólares para financiar seu “luxuoso estilo de vida” e Bannon desviou um milhão de dólares para uma organização sem fins lucrativos que pagou secretamente a Kolfage “e cobriu centenas de milhares de dólares de gastos pessoais de Bannon”.
Ao lado de mais dois acusados, Timothy Shea e Andrew Badolato, Bannon e Kolfage montaram um esquema para desviar o dinheiro e ocultar a fraude, afirma a acusação.
Os quatro detidos foram acusados de dois crimes, fraude bancária e conspiração para lavagem de dinheiro. Cada delito pode resultar em uma pena máxima de 20 anos de prisão.
Bannon deve comparecer nas próximas horas a uma audiência com um juiz federal de Nova York para a leitura das acusações.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras