Theatro Municipal, um espetáculo no Rio de Janeiro

Foto: Divulgação
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O centro do Rio de Janeiro (RJ) guarda preciosidades arquitetônicas, principalmente na região da Cinelândia. Ali, em 1909 foi inaugurado o Theatro Municipal (foto). Nos primeiros anos o espaço recebia companhias de dança e orquestras vindas da Itália e França.

Fechado atualmente por conta da pandemia, o teatro completou 111 anos no dia 14 de julho e por enquanto é possível fazer um tour virtual. O link está no perfil @theatromunicipalrj.

Um dos mais imponentes e belos prédios do Rio de Janeiro, o Theatro Municipal é considerado a principal casa de espetáculos do Brasil e uma das mais importantes da América do Sul.  Sua história mistura-se com a trajetória da cultura do País. Ao longo de pouco mais de um século de existência, o Theatro tem recebido os maiores artistas internacionais, assim como os principais nomes brasileiros, da dança, da música e da ópera.

A ideia de um teatro nacional com uma companhia artística estatal já existia desde meados do século XIX  e teve em João Caetano (1808-1863), entusiasta do teatro brasileiro, além empresário e ator de grande mérito, um de seus mais contundentes apoiadores. O projeto, no entanto, só começou a ganhar consistência no final daquele século, com o empenho do nosso ilustre dramaturgo Arthur Azevedo (1855-1908). A luta incansável de Azevedo foi travada nas páginas dos jornais e acabou por trazer resultados. Lamentavelmente, no entanto, ele não viveu o suficiente para ver seu sonho concretizado, morrendo nove meses antes da data da inauguração.

O Prefeito Pereira Passos – cuja reforma urbana iniciada em 1902 mudou radicalmente o aspecto do Centro do Rio de Janeiro –  retomou a ideia e, em 15 de outubro de 1903,  abriu uma concorrência pública para a escolha do projeto arquitetônico.  Encerrado o prazo de inscrições, em março de 1904, foram recebidas sete propostas. Os dois primeiros colocados ficaram empatados: o projeto denominado Aquilla,  em que o autor “secreto” seria o engenheiro Francisco de Oliveira Passos, filho do prefeito, e o projeto Isadora, do arquiteto francês Albert Guilbert, vice-presidente da Associação dos Arquitetos Franceses.

O resultado do concurso causou uma forte polêmica na Câmara Municipal, acompanhada pelos principais jornais da época, em torno da verdadeira autoria do projeto Aquila, suspeito de ter sido elaborado pela seção de arquitetura da Prefeitura, e do suposto favoritismo de Oliveira Passos.

Após as alterações, o prédio começou a ser erguido em 2 de janeiro de 1905, com a colocação da primeira das 1.180 estacas de madeira de lei sobre as quais está assentado. Em 20 de maio daquele ano foi disposta a pedra fundamental.

Para participar da decoração, foram convocados alguns dos mais ilustres e consagrados artistas da época, como Eliseu Visconti, Rodolfo Amoedo e os irmãos Bernardelli. Também foram recrutados artesãos europeus para a criação dos vitrais e mosaicos. As obras começaram em ritmo acelerado, com 280  operários revezando-se em dois turnos. Em pouco mais de um ano, já era possível visualizar a suntuosidade aliada à elegância e beleza da construção do futuro teatro.

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com capacidade para 1.739 espectadores, foi inaugurado pelo Presidente Nilo Peçanha e pelo Prefeito Sousa Aguiar no dia 14 de julho de 1909, quatro anos e meio após o início das obras.

Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras

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