Traficantes presos receberam R$ 18 mil em auxílio emergencial

Foto: Divulgação
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Pelo menos dez traficantes de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, se cadastraram de dentro da prisão e receberam parcelas do auxílio emergencial do governo federal, destinado a trabalhadores informais e pessoas mais necessitadas durante a pandemia do coronavírus.

Segundo o delegado Renato Mariano, titular da 25ª DP (Engenho Novo), os bandidos usaram celulares contrabandeados para dentro de dois presídios — o Instituto Penal Vicente Piragibe e o Instituto Moniz Sodré, ambos no Complexo de Gericinó — para cadastrar o pedido de auxílio. Entre três e quatro parcelas de R$ 600 foram pagas aos criminosos, totalizando pelo menos R$ 18 mil creditados.

Nesta segunda-feira, dia 5, a 25ª DP fez uma operação contra a quadrilha, que tem ligações com traficantes do Complexo da Maré. A ação cumpriu 11 mandados de prisão temporária por tráfico de drogas e associação para o tráfico — cinco deles contra traficantes já presos — e quatro de busca e apreensão contra menores que atuam no tráfico de drogas em Arraial do Cabo. A ação — batizada de Líbero — é um desdobramento da Operação Coca Zero, realizada em julho do ano passado.

Segundo a Polícia Civil, Carlos Humberto Antunes Gaze, o Beto Branco, de 34 anos, é o responsável pelo tráfico de drogas na comunidade de Monte Alto, subdistrito de Arraial. De acordo com Renato Mariano, o criminoso dava as ordens do Parque União, no Complexo da Maré, e esporadicamente ia à Região dos Lagos. O bandido também recebeu o auxílio emergencial.

Além de responderem pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, os suspeitos serão indiciados por lavagem de dinheiro.

Hostel comprado pelo tráfico

Além das prisões, a Justiça decretou o sequestro de um imóvel (foto), no Centro de Arraial do Cabo, avaliado em R$ 550 mil comprado pelos criminosos — onde funcionava um hostel, interditado pela Justiça. Os mandados de prisão e de apreensão de menores estão sendo cumpridos em Arraial do Cabo, Cabo Frio, também na Região dos Lagos, Teresópolis, na Região Serrana, e na capital fluminense.

A investigação da 132ª DP (Arraial do Cabo), que continuou após Renato Mariano deixar a distrital, começou no ano passado após a prisão de Ramon Souza Tavares apontado como o chefe do tráfico de drogas na comunidade do Morro da Cabocla.

— Além de cumprirmos os mandados de busca e apreensão, a Justiça autorizou o sequestro desse imóvel, que é do tráfico de drogas. Durante a investigação, apuramos que o traficante Marcos Duarte Bertanha, o MK, chefe do tráfico de drogas da comunidade da Coca Cola, ocultava o dinheiro do crime nesse imóvel que ele transformou em um hostel — disse o delegado.

Em nota, o Ministério da Cidadania informou que “tem atuado em conjunto com Polícia Federal e Ministério Público Federal para garantir a persecução penal de crimes praticados contra o Auxílio Emergencial. Nesse sentido, foi criada a Base Nacional de Fraudes ao Auxílio Emergencial (BNFAE), gerida pela Polícia Federal, com apoio do Ministério Público Federal”.

Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras

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