Menos de cinco mil pessoas foram ao Estádio Mário Filho, o Maracanã, naquela quarta-feira, 29 de maio de 1957, para ver América-RJ e Santos, pelo Torneio Rio-São Paulo. Mas os 4.986 torcedores presentes testemunharam um momento histórico, pois viram Pelé, aos 16 anos, sete meses e seis dias, marcar o seu primeiro gol no Maracanã, o terceiro da goleada santista de 4 a 0.
Com a camisa do Santos Pelé jogou 51 partidas no Maracanã, então chamado de “o maior estádio do mundo”, e marcou 32 gols. Naquele jogo contra o América, o garoto, que começava a se firmar entre os titulares do bicampeão paulista, já mostrou toda a sua personalidade.
O primeiro tempo havia terminado 2 a 0 para o Peixe, gols de Tite e Dorval. Eram 20 minutos da segunda etapa quando Pelé, que havia entrado no lugar de Pagão, bateu forte, de perna esquerda, e venceu o goleiro Valter pela terceira vez. Dorval ainda completou o marcador.
Naquela partida, o Santos foi escalado pelo técnico Luiz Alonso Perez, o Lula, com Manga, Getúlio e Mourão; Fioti, Urubatão e Brauner; Dorval, Álvaro, Pagão (Pelé), Del Vecchio e Tite (Pepe).
Astro do combinado Santos/Vasco da Gama
Vinte e um dias depois de marcar contra o América/RJ, Pelé participou do combinado Santos/Vasco, em que os dois alvinegros se juntaram para disputar o “Torneio Internacional Morumbi”, com jogos no Morumbi e no Maracanã. Sua estreia, em 16 de junho, no Maracanã, não poderia ter sido mais empolgante: o combinado goleou o Belenenses, de Portugal, por 6 a 1, com três gols dele, que ainda marcaria nos empates de 1 a 1 com o Dínamo de Zagreb e com o Flamengo. Essas atuações começaram a convencer o técnico Vicente Feola a convocá-lo para a Copa de 1958.
Reportagem: Willian D’Ângelo / Portal Amazônia sem Fronteiras