Londres, capital da Inglaterra, era o centro do mundo desde o século XVIII. Não à toa, o meridiano de Greenwich, a partir da qual o planeta inteiro define leste e oeste, tem seu marco zero passando exatamente pela cidade. Tudo isso era fruto da expansão do império britânico, o único na história a ter territórios em todos os continentes habitáveis – Europa, Américas, Áfricas, Ásia e Oceania. No futebol, a Inglaterra também se considerava o centro do mundo.
Não foi difícil para a Inglaterra usar esse prestígio com o intuito de se tornar país-sede de uma Copa do Mundo, na primeira vez em que se propôs a isso. No congresso da Fifa em Roma, durante os Jogos Olímpicos de 1960, os ingleses apresentaram candidatura. A Alemanha também cogitou concorrer, mas, ao perceber que o presidente da Fifa (Artur Drewey) era inglês e que outros integrantes dos altos escalões da entidade também eram ingleses, desistiu. No dia 22 de agosto, a Inglaterra, como única concorrente no páreo, foi aclamada sede do Mundial de 1966.
O calendário da Copa do Mundo de 1966 reservou um dia somente para o jogo de abertura. No dia 11 de julho, 87 mil pessoas – incluindo a rainha Elizabeth II – estavam presentes ao estádio de Wembley para o pontapé inicial do torneio. Mas o jogo foi uma decepção só, Inglaterra e Uruguai ficaram no magro empate de 0 a 0.
A seleção Canarinho do técnico Vicente Feola estreou na competição com uma vitória de 2 a 0 sobre a Bulgária. Desde o começo do jogo, os búlgaros se preocuparam em caçar o Pelé em campo. Só que, aos 14 minutos, Pelé fez 1 a 0 ao cobrar uma falta que ele mesmo fez – foi o primeiro gol da Copa, já que o jogo de abertura havia terminado sem gols. O segundo gol foi marcado por Garrincha, também de falta.
De tanto levar pancada da Bulgária, Pelé não teve condições de enfrentar a Hungria. O Brasil não foi bem e perdeu por 3 a 1, sendo a primeira derrota em Copas desde 1954. O revés anterior, por sinal, foi para a própria Hungria.
Para conseguir a vaga sem depender do jogo entre Hungria e Bulgária, o Brasil precisaria derrotar Portugal por três gols de diferença. Para isso, a seleção entrou bastante mudada – apenas Jairzinho e Lima foram mantidos em relação ao jogo anterior. A boa notícia era o retorno de Pelé, porém, a reformulada defesa brasileira e o goleiro Manga falharam: Portugal 3 a 1.
O elenco brasileiro contava em seu elenco com experientes atletas como Gilmar (35), Djalma Santos (37), Bellini (36), Zito (33) e Garrincha (32). O ponta-esquerda Edu, que defendeu as cores do Nacional-AM, era o mais novo com 16 anos e 329 dias quando a Copa teve sua abertura oficial. Ele não atuou em nenhuma partida do Brasil na Copa do Mundo de 1966.
Reportagem: Willian D’Ângelo (Portal Amazônia sem Fronteiras)