Vários shoppings em Hong Kong têm sido palco de manifestações cada vez mais violentas desde o início, há seis meses, do movimento de protesto que abalou o território autônomo.
Os sites usados pelos ativistas mais radicais convocaram manifestações surpresa durante os períodos de Natal e de Ano Novo, especialmente em áreas comerciais.
Em resposta a esta convocação, centenas de ativistas vestidos de preto se reuniram em Harbor City, na terça-feira à noite, gritando palavras de ordem.
A situação se agravou quando os manifestantes descobriram policiais vestidos à paisana e começaram a lançar objetos nos agentes, que tentavam se desviar.
A polícia de choque intercedeu para dispersar os manifestantes com cassetetes e gás pimenta, enquanto os comerciantes fechavam suas lojas às pressas.
Incidentes similares aconteceram nesta terça à noite em pelo menos outros três lugares de Hong Kong, onde vive uma grande comunidade cristã e a noite de Natal é, tradicionalmente, muito animada em bares e outras lojas.
Este ano, porém, as autoridades decidiram suspender a tradicional transformação das artérias de maior movimento em ruas para pedestres, por temor de distúrbios.
Nos últimos meses, a ex-colônia britânica atravessou sua crise mais grave desde sua devolução à China, em 1997, com gigantescas manifestações pela manutenção das liberdades individuais.
No início de dezembro, uma multidão – 800.000 pessoas, segundo os organizadores, e 183.000, de acordo com a polícia) – marchou sem registro de grandes incidentes, e os organizadores do ato pediram autorização ao governo para repeti-la em 1º de janeiro.
O movimento nasceu em oposição a um projeto de lei destinado a autorizar extradições para a China continental.
O Executivo local pró-Pequim renunciou ao plano, mas os manifestantes ampliaram suas demandas, pedindo eleições livres e mais democracia.
O movimento teve um impacto no turismo, e a economia do centro financeiro entrou em recessão.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras