Febre: saiba diferenciar os sintomas e o que fazer se a temperatura subir

Foto: Divulgação
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Um dos sintomas mais comuns da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, é a febre. Mas, alertam especialistas, é preciso ter calma. A mudança de temperatura está associada a diversas outras doenças, infecções e condições físicas e, muito além do olho no termomêtro, é importante verificar, antes de buscar ajuda médica, se há outros sintomas associados (como tosse, falta de ar e cansaço) e se as condições gerais estão piores.

– Se a pessoa está com febre, mas está com uma aparência e energias boas, fazendo suas atividades, conversando, sem dor, pode ser uma coisa passageira, alguma reação do corpo a uma outra virose, por exemplo, e que ser recuperará sozinho. Mas se ela, mesmo com o antitérmico, está prostrada, gemendo, pálida, sem energia, aí é mais preocupante – afirma o infectologista Michel Laks.

Edmilson Migowski, infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) concorda que “o que se vê é mais importante do que aquilo se sente”, mas alerta para soluções milagrosas:

– A febre causa um desconforto natural, mas nem sempre ela é motivo para ida ao hospital, é preciso estar de olho no corpo como um todo e não apenas na temperatura. No caso da Covid-19, o sinal de alerta é a falta de ar e o cansaço, sintomas mais claros da doença.

No caso de grupos de risco, como os idosos, a atenção precisa ser redobrada, aponta a geriatra Patrícia Ledo, já que, em geral, pessoas acima de 60 anos não costumam fazer febre:

– A atenção é redobrada para eles não só porque o sistema imunológico está mais desgastado, ou seja, as chances de desenolver a doença em sua forma mais grave é maior, como também pelo fato de não apresentarem febre, em geral. Ou seja, se a temperatura subir, é sinal vermelho.

O conselho unânime entre os especialistas é sempre se manter hidratado. E, para evitar a Covid-19, isolamento social, para quem pode, e a higienização de mãos, sempre que possível.

Alta ou baixa

A febre baixa é aquela de 37,8 a 38 °C. A moderada chega até os 39º. E a alta é superior a 39º.

Melhor medição

O termômetro de mercúrio é cada vez menos aconselhado, pelo perigo que representa se quebrar. Os eletrônicos e os infravermelhos medem a temperatura com a mesma efetividade. Coloque-o na axila e aguarde, imóvel, até a hora de tirar (modelos mais modernos apitam nesse momento). Assegure que eles tenham o selo do Inmetro.

Corpo inteiro

Os médicos recomendam que, independentemente da temperatura, observe-se o estado geral do paciente. Ou seja, ficar atento a coloração, se há dor, se a pessoa geme ou está prostrada. Esses sintomas indicam algo errado, com febre baixa ou alta.

Remediar pode mascarar

O uso de antitérmico pode mascarar as doenças, por amenizar os sintomas. Por isso, é tão importante ficar atento as outras características físicas.

Quais os cuidados

Se apresentar febre, deve-se aguardar o efeito do antitérmico em ambiente fresco e arejado. Se as condições gerais melhorarem, é bom sinal. Se, mesmo com a temperatura baixa, a pessoa continuar com cansaço, prostração e dor, melhor procurar um médico.

Hidratação

Para qualquer vírus ou doença, em qualquer estado febril, seja alto, médio ou baixo, o conselho é unânime: hidratação é fundamental. Beba bastante água. O corpo gasta mais energia para manter a temperatura do corpo e se recuperar de doenças.

Sem solução milagrosa

Banho gelado, compressa de água na axila e excesso de cobertores não adiantam para baixar a febre. O banho é recomendado, mas deve ser morno.

Intercalou os dias?

É comum, segundo os especialistas, que vírus causem febre por dois a três dias. Como o corpo fica com a imunidade debilitada durante o período, infecções por bactérias e até outros vírus podem acontecer no período e causar febre novamente. Procure um médico se a febre ficar intercalando.

Adultos acusam mais o golpe

A febre costuma abater mais os adultos, que logo caem de cama. Crianças têm muita energia e, quando ficam “caidinhas”, é motivo para preocupação. Sempre fique atento aos outros sintomas. E caso a febre não pare, procure um pediatra. No caso da Covid-19, crianças costumam ser assintomáticas, mas podem desenvolver a doença.

Preocupação com idosos

Idosos não costumam apresentar febre quando têm infecções. Ou seja: se apresentar o sintoma, é sinal vermelho. Procure o médico.

Grupos de risco

Se a febre surgir em pessoas no grupo de risco, além dos idosos, a recomendação é a mesma: aguarde para ver se outros sintomas surgem simultaneamente. Mesmo assim, se tiver dúvida, ligue para o médico antes de ir para o hospital. O alerta vermelho são falta de ar e/ou cansaço. Nesse caso, busque atendimento médico.

Sintomas associados

No caso da Covid-19, é importante também ficar de olho em outros sintomas mais específicos antes de ir para o hospital, já que a febre em si está associada a muitas outras doenças. No caso do novo coronavírus, tosse, falta de ar, cansaço e dor de cabeça são alguns dos problemas que surgem simultaneamente. Consulte o médico.

Não melhora

Procure o médico se a febre não cessar por mais de três dias, mesmo sem outros sintomas associados.

Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras

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