Amazonas é escolhido para implantar o pré-natal do parceiro no Estado

Foto: Divulgação / SUSAM
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O Amazonas está entre os estados escolhidos pelo Ministério da Saúde (MS) para implantar, em seu território, a Estratégia Pré-Natal do Parceiro. A iniciativa consiste em ampliar o envolvimento dos homens no cuidado com a parceira e o filho durante o pré-natal, o parto e o pós-parto. E, ao mesmo tempo, aproximar esse homem/parceiro dos serviços de saúde.

Neste último fim de semana, profissionais do Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro estiveram na cidade do Rio de Janeiro conhecendo experiências consideradas exitosas pelo MS na implantação desta política. Uma é desenvolvida na Clínica da Família Santa Marta, no bairro Botafogo, zona sul do Rio.

Na clínica, que atende em sua maioria famílias de baixa renda moradoras do morro Santa Marta, os profissionais vem conseguindo encontrar caminhos para incluir os companheiros das grávidas nos serviços de saúde desde o pré-natal. O trabalho, que hoje merece destaque nacional, começou com o enfermeiro Sancler Corrêa.

“Percebi que os pais que acompanhavam suas companheiras para a consulta de pré-natal ficavam esperando do lado de fora, sem nada o que fazer. Então decidi começar a chamá-los para participar da consulta, colocando uma segunda cadeira no consultório”, conta Sancler.

Segundo o enfermeiro, aquela primeira iniciativa virou rotina, e hoje é comum os pais participarem ativamente do pré-natal, fazendo exames e cuidando da saúde junto com as companheiras.

Inserção

A estratégia de sucesso no Rio de Janeiro é encarada pela Coordenação Nacional de Saúde do Homem do MS como uma oportunidade de inserir o pai/parceiro nos serviços das unidades e assim dar mais atenção à sua própria saúde.

Para o MS, para que a política dê certo, os profissionais de saúde precisam estar sensibilizados para a importância da presença do pai em todas as fases da criança, e isso inclui o momento da gestação.

No Hospital Maternidade Carmela Dutra, o pai deixou de ser um mero espectador e se tornou atuante e parceiro no cuidado com a mãe e filho durante e após o parto.

Na maternidade municipal, que fica no Meier, zona norte do Rio, o pai tem acesso livre ao local, e é orientado em todo o período que a companheira está ali para participar e colaborar com a equipe durante o parto. “Eles se envolvem de verdade. Procuram a toda hora saber como podem ajudar a companheira. Enfim, mostram que o homem pode, sim, e sabe, cuidar das crianças”, diz o enfermeiro Márcio Ferreira.

Segundo o enfermeiro, a experiência da Carmela Dutra mostra que quando têm oportunidade de receber informações, trocar experiências ou desenvolver habilidades de cuidado, os homens podem muito bem assumir tarefas que, historicamente, são atribuídas à figura da mãe.

Entre as informações que os pais que acompanham as parceiras na maternidade recebem estão os direitos à licença paternidade e o de acompanhar todo o atendimento da companheira, do parto até a enfermaria, no pós-parto.

Plano está sendo feito

Para participar da iniciativa, os profissionais dos estados elaboraram um planejamento de implantação da Estratégia Pré-Natal do Parceiro. Após a visita, os profissionais deverão revisar este planejamento e iniciar sua execução.

“De acordo com o cronograma de planejamento, o estado deve enviar seus relatórios conforme as ações forem sendo executadas”, explica a Apoiadora do Ministério da Saúde/Coordenação Nacional de Saúde dos Homens, psicóloga Michelle Silva.

A coordenadora estadual de Saúde do Homem da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Thyana Palmeira, foi uma das profissionais do Amazonas que participou da visita técnica ao Rio de Janeiro. É dela a missão de monitorar e avaliar a implantação da Estratégia Pré-Natal do Parceiro no Estado.

Segundo Thyana, o planejamento elaborado pela coordenação prevê a implantação da estratégia em uma Unidade Básica de Saúde do município de Manaus e uma maternidade da rede estadual. Além dela, que é enfermeira da Susam, participaram da visita profissionais da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus: Rita de Cássia Castro (Coord. Saúde da Mulher/Semsa) e Maria Eliny Rocha (Coord. Saúde do Homem/Semsa).

“A troca de experiência com outras unidades nas quais o projeto já vem dando certo, como no Rio de Janeiro, é fundamental para o desenvolvimento desta estratégia”, diz Thyana.

Reportagem: Redação Amazônia sem fronteiras

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