Paralisação mais longa da história dos EUA pressiona Trump

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    Com 800 mil servidores federais sem salários, ‘shutdown’ chegará ao 22º dia na madrugada de sábado para domingo

    Trump não aceita recuar na proposta de erguer a barreira na fronteira sul do país e, para isso, exige US$ 5,7 bilhões de previsão orçamentária. A proposta enfrenta resistência dos democratas. Em meio ao impasse – e com ao menos 800 mil servidores federais afetados sem receber salários -, Trump se vê pressionado e analisa a possibilidade de declarar emergência nacional para conseguir verbas que financiem seu projeto. Apesar de ter afirmado na sexta-feira que não iria declarar emergência nacional “agora”, Trump deixou em aberto a ameaça.

    A ideia causa um racha dentro do partido republicado, que prevê a reação belicosa da oposição. Os democratas já estudam formas de judicializar uma eventual declaração de emergência pelo presidente e argumentam que Trump vai retirar verba de áreas que irão afetas e colocar em risco a população americana.

    Com agências federais fechadas ou com atendimento limitado, a população americana sente no cotidiano os efeitos do chamado ‘shutdown’. Sexta-feira seria o dia de pagamento de milhares de servidores federais nos EUA, que ficaram sem receber a primeira parte do salário do ano. Isso inclui 13 mil servidores do FBI, a polícia federal americana, que informou que a situação prejudica investigações em curso e a segurança do país, e responsáveis pelo controle de entrada nos aeroportos.

    Uma das servidoras que se manifestou em Washington pelo fim do ‘shutdown’ foi Janice Fridie. “Eu tenho contas a serem pagas: aquecimento, água, empréstimos estudantis, hipoteca. Tenho contas a pagar, como todos os que estão aqui”, afirmou.

    Alternativas

    Em Washington, a coleta de lixo na região do ‘National Mall’, que inclui os gramados em frente ao Capitólio e ao Obelisco, passou a ser feita por servidores do Distrito de Columbia. Originalmente, a área é considerada um parque nacional e fica sob cuidados de servidores federais. Com a paralisação, no entanto, D.C. incluiu cerca de 600 lixeiras na rota de coleta, para evitar que a área – no coração de Washington – sofra os efeitos da paralisação.

    A prefeita de Washington, Muriel Bowser, sancionou na sexta-feira uma medida aprovada no legislativo local e popularizada na cidade como “lei do amor”, para garantir que as licenças de casamento sejam expedidas durante a paralisação. As Cortes de D.C. são financiadas por verbas federais e casamentos foram suspensos no período, pois ficaram de fora do que foi considerado como “essencial” nos serviços durante a paralisação. Na legislação aprovada, os oficiais do Distrito de Colúmbia passam a ter competência para expedir a documentação necessária para realização de casamentos.

    Muriel afirmou que Washington é “maior” do que o governo federal. Mas turistas que visitam a cidade neste mês encontraram fechada toda a rede de Smithsonian, responsável por mais de 20 estabelecimentos culturais na capital americana como os concorridos Museu Afro-Americano, Museu Espacial e a Galeria Nacional de Retratos – que abriga a exposição com retratos dos ex-presidentes dos EUA – , além do zoológico da cidade, estão fechados. Áreas no entorno de museus que ficaram repletas de turistas antes do Natal, e portanto antes da paralisação, estiveram completamente vazias na última semana.

    Trump vs. Democratas

    A oposição acusa Trump de usar a paralisação e o muro como cortina de fumaça em meio ao avanço nas investigações criminais que atingem o entorno do presidente. Na sexta-feira, o jornal The New York Times informou que policiais do FBI chegaram a abrir uma investigação para apurar se Trump agia por influência da Rússia depois que o presidente demitiu o então diretor da agência de investigação, James Comey, em maio.

    Amazônia sem Fronteiras / Fonte: TERRA

     

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