A greve de ônibus em São Paulo que começou nesta terça-feira, 14 de junho de 2022, pode ser suspensa caso as companhias concordem em acabar com a hora de almoço não remunerada e pagar os 12,47% de aumento nos salários e vale-refeição retroativo a maio e não em outubro como propuseram as empresas.
“Os cobradores perdem R$ 500 por mês com isso e os motoristas, R$ 600. Na prática, é difícil conseguir parar por uma hora. Os terminais são antigos, projetados quando toda a cidade era servida com ônibus convencionais. Hoje têm articulados, que não cabem ficar parados nos terminais todos juntos. Aí, o motorista tem de ficar dando volta com o ônibus no terminal para achar a vez de parar. Nisso, a hora dele está indo embora e ele no ônibus, à disposição da empresa. Ou seja, o trabalhador não para por uma hora e não recebe por este tempo extra que fica à disposição da empresa” – explicou.
Segundo o presidente licenciado do SindiMotoristas, Valdevan Noventa, este sistema começou na época da pandemia e a alegação das empresas com medo de processos por não oferecerem a hora do almoço não tem justificativa, uma vez que de acordo com a nova lei trabalhista, se isso for acertado em convenção da categoria, não há como falar em processo.
“As empresas estão é lucrando com essa hora do almoço. Se o ônibus chega atrasado por causa de trânsito, por exemplo, o trabalhador não recebe também” – disse
O sindicalista garantiu que se estes dois pontos forem resolvidos, a categoria volta ao trabalho e as demais cláusulas podem ser negociadas com os ônibus circulando.