Os pacientes idosos estão sendo os mais afetados pela pandemia do novo corona vírus, o COVID 19. A fragilidade na saúde desse público que geralmente tem doenças associadas é o principal motivo se serem mais vulneráveis as doenças infectocontagiosas. Dentre as doenças comuns nos idosos que é negligenciada, e que afeta fortemente sua saúde e qualidade de vida, é a anemia por deficiência de ferro.
A anemia afeta mais 2 bilhões de pessoas no mundo (1 bilhão por deficiência de ferro), e pode levar a sinais e sintomas como cansaço, fraqueza, depressão e deficiência imunológica. Anemia é definida como a diminuição dos níveis normais de hemoglobina conforme o gênero, idade do indivíduo e altitude local. Os padrões da OMS são utilizados como critério para avaliar a anemia, assim, níveis de hemoglobina indicativos de anemia são de <13 g/dL para homens adultos e <12 g/dL para mulheres adultas (WHO, 2001). A anemia, que é muito comum em idosos não pode ser considerada consequência do envelhecimento, devendo ser avaliada e tratada rapidamente.
A anemia tem se destacado na população idosa, por ser uma condição de elevada prevalência neste grupo etário. Estudo de revisão de literatura realizado por Begué et al (2004) evidenciou prevalência de anemia na população idosa de até 61,0% em homens e de até 41,0% em mulheres.
Um estudo realizado no Brasil em 2014 por Marília Tomiya et al , encontrou um elevada prevalência de anemia na população idosa (47,3%), e ressaltou a importância de que essa condição seja investigada, prevenida e tratada.
A anemia por deficiência de ferro afeta negativamente a saúde dos idosos, podendo agravar doenças já existentes e/ou contribuindo para o surgimento de novas complicações, levando a um maior tempo de permanência em ambiente hospitalar. Portanto, fica evidente que a deficiência de ferro deve ser diagnosticada e corrigida rapidamente, porque pode comprometer a qualidade de vida da pessoa idosa.
A anemia no idoso provoca tantos problemas a saúde dos idosos que o “grupo de trabalho sobre anemia” da Sociedade Geriátrica Alemã sugeriu que a anemia nos idosos seja uma síndrome geriátrica.
Mistry R (2019) demonstrou que a deficiência de ferro é um fator independente do aumento da mortalidade, hospitalização e readmissão precoce em pacientes com insuficiência cardíaca. A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição médica crônica que afeta cerca de 1-2% da população mundial e até 10% dos pacientes com 65 anos ou mais. Entre os pacientes com IC, a deficiência de ferro (DF) tem uma prevalência estimada de 30 a 83%, geralmente sem anemia, por isso que essa deficiência geralmente é subdiagnosticada.
TRATAMENTO
O envelhecimento leva a uma série de alterações fisiológicas no organismo, entre elas, a diminuição no processo de absorção de nutrientes o que pode levar a sérias deficiências de vitaminas e minerais. Dentre essas deficiências, a de ferro e vitamina B12 pode levar a anemia e essa doença pode comprometer a saúde e aumentar a mortalidade em idosos.
Pacientes geriátricos com anemia ou baixo nível de hemoglobina se beneficiam de uma dieta com alimentos enriquecidos ou ricos em ferro. O acesso a esse tipo de alimento pode de fato corrigir a anemia por deficiência de ferro (Sturtzel 2018).
COMO EVITAR DEFICIÊNCIA DE FERRO E ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO?
Uma alimentação correta, rica em nutrientes é a melhor maneira de repormos a quantidade de ferro para os idosos, porém essa correção do ferro e da anemia é muito difícil de conseguir apenas com a alimentação, principalmente pela dificuldade de absorção de nutrientes devido ao processo de envelhecimento.
- Carne vermelha e vísceras (fígado);
- Vegetais verde-escuros (ex: brócolis, couve, espinafre), algas marinhas;
- Leguminosas, (feijão, grão-de-bico, ervilha e lentilha),cereais integrais (ex: aveia e quinoa), sementes (gergelim e abóbora), frutas (ex: damascos secos, uva passa)
Importante: o ferro de fontes vegetais são menos absorvidos que os de fonte animal, por isso, para aumentar a absorção do ferro dos vegetais é necessário incluir suco de limão e frutas cítricas (ex: laranja, goiaba, tomate) e evitar consumir alimentos ricos em cálcio, café e chás na mesma refeição com ferro, pois eles prejudicam a absorção.
A forma mais rápida e eficiente de aumentar a hemoglobina é através da suplementação de ferro para crianças. A suplementação diária ou semanal são igualmente eficazes para aumentar a hemoglobina em médio prazo, porém a diária é mais eficaz para aumentar em curto prazo (Nogueira Arcanjo FP, 2013).
QUAL MELHOR SUPLEMENTO DE FERRO PARA OS IDOSOS?
Na minha opinião, sem dúvida é o suplemento que proporcione maior absorção do nutriente pelo organismo, e consequentemente maior rapidez na correção do estoque do ferro, como por exemplo o ferro nanoencapsulado, sempre associado a outros micronutrientes (minerais e vitaminas). A nanotecnologia, além de proporcionar maior absorção, não provoca efeitos colaterais (em dosagens de nutrienets dentro do IDR) e não tem gosto ruim, diferente do ferro comum encontrado nas farmácias, que além de não serem tão bem absorvidos, tem sabor ruim e podem provocar efeitos colaterais.
O que é o encapsulamento com a tecnologia nano
O encapsulamento é um processo de “empacotamento” de partículas (pigmentos, acidulantes, nutrientes, enzimas, conservantes, etc.) em cápsulas comestíveis. O material encapsulado como por exemplo o ferro é chamado de material de “enchimento ou núcleo”, e o encapsulante é a membrana ou a parede, ou seja, o material que forma a cápsula. As cápsulas são classificadas por tamanho em 3 categorias: macro, micro e nanocápsulas. O tamanho das partículas pode afetar diretamente a entrega de qualquer composto bioativo em vários locais do corpo. As nanopartículas são absorvidas com grande eficiência, o que geralmente não ocorre com o tamanho maior das micropartículas.
Nanotecnologia refere-se a materiais, estruturas e sistemas de engenharia em tamanhos que variam de 1-100 nm. As nanocápsulas são compostas por um envelope polimérico disposto em torno de um núcleo no qual o composto ativo (ex: o ferro) é encontrado, e que será protegido contra fatores ambientais adversos ou será liberado gradualmente. Após a absorção, as nanopartículas podem entrar rapidamente na corrente sanguínea e se instalar em diferentes tecidos onde são necessários. Muitos nutrientes dos alimentos são destruídos no trato digestivo, mas a nanotecnologia pode permitir que um nutriente chegue intacto em locais específicos a serem absorvidos (Ezhilarasi 2013 ; Shand H 2006 ; Langer 2003 ; Koo OM 2005 ; Dasgupta 2015 ; Ubbink 2006 ; Weiss 2006 ; Ozturk B 2015 ; Secchi 2019).
Nos idosos, mesmo a anemia leve pode levar a uma diminuição significativa da qualidade de vida e à taxa de sobrevivência reduzida. Portanto, mesmo anemias leves devem ser tratadas especialmente em idosos. Mais de 75% de todas as anemias têm uma causa específica e tratável.
Como vivemos uma pandemia do COVID-19 precisamos urgentemente melhorar a imunidade dos nossos idosos. Segundo pesquisas sérias como a de Nogueira, et al em 2013, a forma mais rápida e eficaz (simples) de aumentar a hemoglobina é através da suplementação de ferro. (Nogueira Arcanjo FP, 2013).
E como precisamos aumentar os níveis de hemoglobina rapidamente, o melhor seria usar um suplemento com nanototecnologia.
A deficiência de ferro e a anemia devem ser tratadas rapidamente na população idosa. A curto prazo, podemos melhorar e proteger a saúde de nossos idosos através de uma política de suplementação preventiva com ferro nanoencapsulado associado a outros micronutrientes que comprovadamente corrigem a deficiência de ferro. Isso, associado e a uma alimentação saudável que seja rica em micronutrientes, o que pode possibilitar a manutenção dos bons níveis de ferro alcançados com a suplementação.
Os idosos não podem esperar, sua saúde e o seu futuro dependem de ações imediatas e urgentes dos seus familiares e dos nossos governantes.
Reportagem: Redação Amazônia sem Fronteiras